31 de maio de 2013

Dias para as crianças

Não só porque aí vem o dia da criança, e até vai estar bom tempo, mas, às vezes eles só querem mesmo é ficar em casa, e para fugir à monotonia, deixo aqui três sugestões para grandes inspirações.
Boas criações!

Vida de mãe


No carro a caminho de casa.
- Mãe, eu sou teu amiguinho.
- E a mãe também é tua amiga.
- Eu sei. Sabes, os amigos emprestam os óculos!

É assim, apanha-me nas curvas todas. Tem uma predileção pelos meus óculos de sol, e depois quer que eu use os dele.
Quer os meus óculos para usar na cabeça (colocados para cima - tipo bandolete) e porque normalmente andamos sempre contra o sol, eu tenho que vir a fazer figuras com os óculos dele.

Os nomes carinhosos

É o meu "piolho", "pirilampo", "fofinho" e "boneco". Ocasionalmente é o "guilas". Porque está a ficar espigadito às vezes já é o "pirulito".
Naqueles momentos intemporais de mimo, com abraços apertados e beijos de encher a cara é o "meu gordo".
Ele, na retribuição abraça-me, chama-me "parulita" e diz-me baixinho "és a minha gorda".

É assim, chama-me gorda e parola e faz de mim a mãe mais feliz do mundo.

Coisas novas

- Ca-blei-rei-ro! Uau, mãe, já sei dizer Ca-blei-rei-ro! - correu feliz a dizer-me.
Há dias aprendeu (sozinho) a dizer "Grândola" e "fotografias" a que chamava "godafias", eram das únicas palavras que não dizia correctamente. Nunca me preocupei em emendar porque eram das últimas ligações àquela primeira infância e porque ele neste campo (da fala) até vai muito bem. É desde sempre o primeiro a fazer o esforço para se emendar, e quando não sabe ou não consegue pergunta como se diz e repete até conseguir. E é também muito explicadinho.
Tem as manias da "sabechice" que todos têm mas (ainda) aceita bem todas as correcções que lhe chegam, e isso, para mim, foi uma agradável surpresa.
Agora aprende ou reaprende palavras e feliz vem partilhar os seus sucessos. Nós fazemos uma festa e incentivamos, claro:
- Agora diz lá "o-to-rri-no-la-rin-go-lo-gis-ta"! - atirei.
Ficámos a olhar um para o outro em silêncio durante uns segundos. Ele disse qualquer coisa parecida e desatámos os dois a rir à gargalhada.

28 de maio de 2013

A Festa do Cavalo



Desde miúda que gosto de cavalos, nunca tive nenhum, nunca sequer montei nenhum mas foi e é animal que sempre adorei.
Não sou muito de estar onde estão os cavalos, gosto mas gosto naquela perspectiva mais para o lado de cowboy de ter o cavalo como animal para disfrutar em toda a sua capacidade e grandeza do que para exibir, não que tenha alguma coisa contra (só acho um desperdício) cada um faz o que tem que fazer e, por cá, para apreciar, só mesmo assim, não há propriamente ranchos a torto e a direito.
Continuando. Todos os anos há em Porto Salvo (ali perto do Oeiras Parque) no último fim de semana de Maio, a Festa do Cavalo e, claro, o ano passado levei lá o meu piolho para ele conhecer os bichos grandes e (apesar de já não se lembrar) este ano foi ele quem pediu para ir ver os cavalos. Pediu, pediu, pediu, pediu tanto que tivemos que lá ir a correr no domingo antes de almoço. Pela hora achei que já nem íamos ver nada mas, ainda apanhámos a prova [que chamei de corridas de charrete e depois percebi que se chama] derby de atrelados (as minhas desculpas aos entendidos). Seja como for, os cavalos são animais lindos com atrelados ou sem atrelados, em derby ou corrida em trote ou a galope, são sempre animais majestosos e fazem imagens maravilhosas.

O Projecto (parte II)


E pronto, projecto feito e entregue dentro do prazo.
Ficou assim o nosso Cuquedo, lindo de morrer e ainda por cima, fofinho fofinho.
3 rolos de "lã" de veludo (acrílico) e uns bons metros de arame. O projecto ficou-nos (em material) em cerca de 3,50€. Em tempo também não foi coisa para gastar muitas horas, fez-se bem, demasiado bem, foi uma diversão. 
O melhor de tudo foi a "ajuda", depois, a primeira coisa que juntei foram os pés e as pernas, e os olhos do G cintilaram quando começaram a ver algo mais concreto.
No sábado, já noite dentro quando terminei o boneco fui para a cama com aquela sensação de não conseguir dormir porque sabia que ele ía delirar quando visse. É tão bom fazer sentir assim as nossas crianças.
A ideia deste boneco é extremamente simples e ele adora a história. E lá foi ele para a escola de boneco e livro debaixo do braço.

23 de maio de 2013

O Projecto


Já tínhamos ouvido falar do Projecto, desde o início do ano que ele circula de mansinho pelas casas dos meninos da sala do G. Sem pressas vai percorrendo toda as casas, conhecendo todas as famílias e todas as histórias.
O Projecto chegou a nossa casa esta semana e confesso que achei que só chegasse lá para o ano. Consiste em escolher uma história que a criança goste e construir "numa semana" o/a personagem principal (em 3D).
Claro que a primeira (brilhante) ideia foi um gormiti! E logo um gormiti, não só são para lá de lindos como são facílimos de construir.  Os planos da construção são deixados ao critério das mães (porque são maioritariamente as mães que se metem nestas coisas). Todos os outros projectos já concluídos são 99% bonecos de pano, e depois há um de papel.
A segunda grande ideia foi o Super why. A ideia até me agradou mas numa semana, sem dar em maluca, não me pareceu fazível.
A modos que andamos em testes lá por casa, temos uma terceira ideia que nos está a parecer perfeita pela simplicidade, pelo gosto que ele tem na história e pelo humor da figura. E ainda por cima ele anda todo feliz a ajudar. Se correr tudo bem cumpriremos o prazo e teremos fotografia para partilhar, se correr tudo mal, acho que sempre teremos foto mas não sei bem para quando.
 
No meu tempo não havia nada disto. Trabalho de casa era TPC, tinha que o fazer e "mai nada", agora  o puto traz  trabalho de casa e a mãe que se chegue à frente. O que vale é que eu adoro isto.

20 de maio de 2013

A hora do almoço


A minha hora do almoço, para além de servir para me alimentar o estômago (o corpo vá), serve também para me alimentar a alma.
Apaixonei-me por este nenúfar e gosto de o fotografar assim, quando ele não me está a ver, parece que o consigo perceber em toda a sua essência, solitário, tranquilo, luminoso, assim entre o sol e a água sem exigir nada, sem esforço, sem despropósito.
A minha hora de almoço é um bocadinho de céu onde todos os dia consigo ir buscar um pouco de clareza para continuar o caminho.

A música do momento

Por estes dias a música que no carro faz mais furor e mal tocam os primeiros acordes salta logo um "põe mais alto" do banco de trás, é o "Desfado" da Ana Moura.
Completamente rendidos mãe e filho.

Por onde nos leva a imaginação

As imagens que o meu filho (diz que) vê nas nuvens (sexta-feira no caminho para casa):
- um hipopótamo a rugir
- um elefante a coçar a orelha
- um crocodilo a abrir e fechar a boca
- um esquilo a comer uma bolota
E hoje de manhã, um gatinho com três pernas a assobiar!
 
Eu não vi nada, tinha que ir com atenção à condução.

O Serviço que (não) nos serve

Quem sou eu para criticar ou queixar-me do Serviço Nacional de Saúde?... Ah é verdade, sou utente, ás vezes até me esqueço, é que conseguir uma consulta é quase tão difícil como acertar no totoloto e uma pessoa até se esquece que até "prova" em contrário, é um possível vencedor!....
E quando se fala no interior do país então, é como acertar no totoloto duas vezes.
Tenho na família um velhote (88 anos) com problemas de próstata, hoje deveria ter ido finalmente à consulta de urologia mas, pela quinta vez consecutiva, foi adiada. Estarão à espera que ele morra? E outro (cunhado do primeiro) que pela quarta vez que lhe é adiada uma intervenção às cataratas...
Não tenho mais palavras.

17 de maio de 2013

A relatividade dos actos







Já não parece tão séria, pois não (aquela última birra lá em casa/escola/supermercado/rua/etc)?
Mais para ver aqui (e rir às escondidas).

Imagens retiradas do site sh*tmykidsruined.com

16 de maio de 2013

O momento zen infantil


Quando a hora do banho começou a incomodar a hora da brincadeira, ir para o banho começou a deixar de ser uma prioridade para o meu filho.
Sempre adorou tomar banho e essa pouca vontade raramente passou do momento em que molhou os pés. Mas, para o incentivar, a dada altura comprei uns... "comprimidos" efervescentes do Imaginarium, com várias cores, para colocar na banheira. Eram (são) precisos cerca de 6 para colorir (bem) a água. O vermelho nunca foi cor que usasse sozinha porque o tom de vermelho em questão fazia-me viajar por caminhos mentalmente pouco saudáveis, usei-a em conjunto com o amarelo para uma banho laranja ou com o azul para um banho violeta (cor deveras apreciada pelo meu piolho). Os saquinhos do Imaginarium trazem várias unidades em 4 cores (primárias + verde). E não me lembro do preço.
 
No fim de semana, no supermercado, descobri o/a Tinti. Uma caixinha com três saquetas, cada uma com um comprimido grande efervescente. O primeiro a ser usado foi o vermelho... tive algumas reservas, é certo, mas quando o vi cair na água, fiquei fascinada. O vermelho é um magenta mais escuro a pender para o bordeaux (nada de natural que saia do nosso corpo tem aquela cor). O bónus é que cheira a framboesa! O puto entrou na água e inspirou fundo.
Não é tão forte que fique um cheiro intenso, é quase imperceptível. Para nós (que não estamos no banho) nota-se bem é na saqueta.
O Azul cheira a menta suave, falta-nos experimentar o amarelo (admito que ande pelo limão).
 
Ficámos fãs, é um momento relaxante bem apreciado, e, quando ao final da tarde a caminho de casa uma birra ande por ali para se instalar, se o assunto mudar para que cor escolher para tomar banho, é garantido, boa disposição imediata - testado ontem.
O pacote custa 3.10€ e dá para três banhos, os do Imaginarium não me lembro do preço mas acho que dão para mais um ou dois (depende da quantidade de unidades por banho). E claro, enquanto o(s) comprimido(s) se dissolve convém a supervisão parental, não vá a criança meter aquilo à boca. De resto, é magia, recomendo.

E pronto

Está tudo estragado, encontrei um chocolate na gaveta (no trabalho)...

Vence o cansaço

Sabemos que estamos nas últimas quando vamos num instante à hora do almoço ali ao cafezinho da frente comer uma sopa, nos encostamos à cadeira e ferramos a dormir!
(até alguém movido pela pena da figura que fazemos nos vir acordar)

15 de maio de 2013

Dia Internacional das Famílias

Imagem da net
Família directa, família alargada, família tradicional, família monoparental, família numerosa, família de acolhimento, família de coração e família não contemplada na lei, a todas, um muito feliz dia.
 
A família é o núcleo vital da sociedade, é no seio da família que se nutrem todas as gerações, há que preservar e proteger cada vez mais os alicerces das poucas bases que ainda nos sustentam.
A Família merece o apoio do seu país, do seu governo, da sua sociedade, a Família não serve só para contribuir para os impostos e para substituir o estado social.
 
E porque bebo muito desta fonte, aqui fica a mensagem deste ano aos países e cidadãos do mundo.
A todos um dia muito feliz, de preferência em família.

É hoje


Por aqui ainda há quem "acardite", e por aí?

14 de maio de 2013

Espertalhufo

E porque vem aí o dia da família (é já amanhã), da escolinha do G pediram que levássemos fotos tipo passe de todos os membros da família directa. Como esse tipo de fotos não abundam lá por casa, ontem foi a família em peso tratar do assunto no fotógrafo do Centro Comercial. É sempre uma galhofa pegada de cada vez que fazemos todos alguma coisa assim diferente. Não só porque faz o piolho mas porque a mamã faz e porque o papá também faz, não é coisa exclusiva de gente pequena.
 
Antes de sairmos o G lembrou o pai que ele tinha-lhe prometido cromos e lá desviámos da saída do Centro para a entrada do supermercado. Feliz disse que queria 10!!!
- Dez quê? Dez cromos? - perguntei
- Não, dez caixinhas de cromos.
- Dez carteirinhas? Eu acho que eles não têm dez! - Disse eu fazendo um ar meio pensativo, meio decidido.
E ele com um ar esclarecedor disse:
- Não, eu acho que eles não têm é doze!

13 de maio de 2013

25 Dias Verdes


Já só faltam 23 dias para o Dia Mundial do Ambiente mas a Oikos desafia.
Postar no facebook (aqui) 25 atitudes (mensagens ou fotografias) do dia a dia de quem quiser participar. No fundo são ideias para todos, mas, não podem ser só sugestões, têm que ser acções, é que de boas intenções está o Inferno cheio e nós queremos o céu, certo?
Precisamos de menos palavras e mais acções, são eles que o dizem e eu assino em baixo.
Às vezes há pequenas coisas que alguém faz e que nunca nos lembraríamos de fazer e isso conta.
Dia 5 teremos um montão de boas ideias que poderão inspirar muita gente a fazer algo pelo ambiente.
Bora participar? Não custa nada, custa?
Eu até posso dar aqui já uma ideia ou duas, comprámos no Ikea um projector com LED (=poupança de energia) que colocámos  (com a mola) num armário da sala e direccionámos para o tecto e temos uma luz suave à noite que até dá para ler. Usamos detergente da loiça ecológico (marca Continente) e outro para a roupa que não sei a marca...
Não custa nada, o ambiente agradece e a nossa saúde também, são menos os tóxicos que temos em contacto connosco.  
Prometem pensar no assunto?

O Futuro

O futuro traz todas as promessas.
E as soluções que o homem cria, por observação e vivencia da difícil realidade (por ele criada, é certo) são, às vezes, brilhantes. Estou completamente vidrada e não vejo a hora desta realidade, principalmente com energia limpa. É tão bonito.
Recebi por e-mail e tinha mesmo que partilhar.
Aqui

Verdade

imagem retirada da net

10 de maio de 2013

Em volta da infância


Durante a gravidez, como qualquer futura mãe, procurei tudo e mais alguma coisa sobre todos os temas inerentes à condição.
Na altura descobri um site -www.parenting.com - cuja newsletter continuo a receber. É um site divertido com muitos testemunhos sobre como todas as situações podem correr quando envolvem crianças. Nada de muito cientifico mas muito agradável.
 
Como lá por casa continuamos com a saga da chucha - nada de dramático, apenas uma chantagem ou outra de vez em quando :) - quando vejo referências ao assunto, vou espreitar mais a fundo.
Encontrei as dez ideias para os levar a desistir da chucha (aqui se interessar). A minha preferida envolve a mais recente fada, a da chucha (irmã da fada dos dentinhos), ou o balão que leva a chucha para viver numa nuvem.
Também há ideia de ir com ele ao quartel dos bombeiros entregar a chucha porque Deus sabe como os bombeiros adoram chuchas de meninos crescidos!
Assuntos para pensar.
 
E já agora, na lista dos produtos mais estranhos para bebé, encontrei duas coisas que não são nada mal pensadas
 A hipótese de poder pendurar o puto quando temos mesmo que ir à casa de banho no centro comercial - em vez de o deixar cá fora no carrinho (que não cabe dentro da divisória) e termos que fazer xixi de porta aberta porque alguém pode agarrar na criança e fugir....
E um aspirador que é um carrinho que ele pode usar sozinho em casa - esta é brilhante... já não vou é a tempo... será que fazem em tamanhos até à adolescência?

9 de maio de 2013

Quinta-feira de Espiga


Aqui pelo bairro era só o que se via esta manhã, baldes e baldes de espigas para que a tradição nos permita acreditar que durante todo o ano o pão não vai faltar...  olha, dizia a minha avó materna (conta a minha mãe) que quem faz um verso sem querer, vê a pessoa que mais quer ver.
Eu olho em volta, vejo uma mesa cheia de trabalho e não vejo ninguém!

Do dia da Mãe



O mais lindo guarda-joias que alguma mãe poderia querer ter.
Pudesse a vida permitir-me o tempo para tudo o que quero e acho que viveria uma realidade completamente diferente. A correria diária suga-me a energia e tudo o que resta depois das responsabilidades, obrigações, compromissos, é o pouco que consigo dedicar ao meu pequeno pirilampo. Embora para mim ele venha e virá sempre em primeiro lugar, muitas vezes não é isso que deixo ver, não é de propósito, é por estar envolvida na vida, é por achar que se não fizer o jantar ele não comerá, se não lavar a roupa ele não terá roupa limpa para vestir, se não for ao supermercado não terei nada em casa, se não trabalhar não terei dinheiro para o sustentar...
Não sou a única, sei que não, e sei que apesar de tudo tenho muita sorte, mas, seria tão bom que todos pudéssemos ter um pouco mais daquilo que gostamos. Estamos todos com medo do que virá.

Dizem, os "visionários", dizem as novas correntes de pensamento ou religião (ou modo de vida, sei lá) que deveríamos ser cada vez mais como todos os outros animais ao cimo da terra, os pássaros nunca vão dormir preocupados com o facto de no dia seguinte terem ou não alimento, eles confiam e a natureza providencia. É bonito, é muito bonito mas estamos longe.
É acima de tudo o medo, quanto mais nos "agarramos" mais a vida nos força a soltarmos. Aprendem-se grandes lições, não há dúvida, e acredito que estes últimos tempos que vivemos neste país têm ensinado muita coisa a muita gente. Eu, eu já aprendi algumas coisas, já aprendi que mais de metade de tudo aquilo que achava essencial era pura ilusão, e não falo só do material. O simples é tão mais fácil. A perda muitas vezes pode ser uma bênção (não me interpretem mal, depende da perda claro) está tudo "no relativo". O mais difícil é quando a perda é devastadora, se toda a família fica sem emprego, aí, não consigo nem imaginar que ensinamento se esconderá por de trás.
Tento sempre fazer o exercício do "tudo acontece por alguma razão", mas confesso que ás vezes não consigo mesmo vislumbrar "um boi" (ou a ponta de um corno - se preferirem).
Todos os dias novas realidades se dão a conhecer sobre famílias que perderam a casa, em que todos perderam emprego, em que as crianças quase só comem na escola... que poderá a vida querer dizer? Estaremos tão dentro e tão próximos do problema que não conseguimos ver mais nada? Será para criar humildade, será para gerar empatia e compaixão? Mas a que preço?
É verdade, a vida quando nos quer ensinar algo começa aos poucos, suavemente, devagar, se não escutarmos, ela insiste um bocadinho com mais força e por aí adiante até darmos ouvidos ou até perdermos tudo.
Tudo isto pode parecer uma grande parvoíce mas é nisto que encontro sentido para a vida. Temos o poder de fazer as nossas escolhas mas às vezes o buraco que criamos para nos metermos torna-se tão grande que não conseguimos ver mais nada em volta. 
A dimensão da emoção é que nos impede de agir.
E em última-última instancia tudo tem solução, quando perdemos tudo perdemos também o medo, a entrega é total, e se tivermos sorte, não nos faltará gente em volta para nos ajudar a erguer.
 
É inevitável, parece que já nem conseguimos pensar de outra forma, ia apenas escrever que queria ter mais tempo para mim, para o meu filho, para o meu blog, para a minha casa. Ia escrever que quando nos distanciamos emocionalmente e deixamos a razão à vontade muitas vezes encontramos pequenos caminhos que ajudam a ver a imagem grande. Ia escrever que alguém disse (um actor americano, acho eu) que a oportunidade não bate à porta mas aparece quando derrubamos a porta, quando destruímos aquilo que nos contém.
O que será o futuro? O futuro será como nós o construirmos.
Dizem que o "português" pensa pequeno mas grão a grão enche a galinha o papo e de pequeno futuro em pequeno futuro construiremos algo grande. É preciso não sucumbir, é preciso resiliência, chegaremos onde tivermos que chegar.
Haja saúde, certo?

4 de maio de 2013

A casinha de bonecas



 
Encontrei-a há uns anos (uns nove ou dez), assim que a vi apaixonei-me perdidamente.
Não sei se a ideia/esperança de um dia vir a ter uma filha me influenciou de alguma forma mas, a menina dentro de mim falou bem alto - gritou até,  e o plano formou-se ali naquele momento, construir um pequeno lar, peça a peça, eu ía construir cada pequeno objecto desta casa. Ía finalmente ter a minha casinha de bonecas.
 
Enquanto cresci tive alguns objectos icónicos das décadas que se viveram (acho que todos nós tivemos), alguns guardei especialmente para a minha "filha", uma ou outra mala, bonecas, ganchos ou molas de cabelo com flores enormes, colares ou brincos característicos daqueles anos 80, a boneca "careca" qual bebé que fez as delícias de muitas de nós. Enfim, coisas dessas.
O tempo foi passando, a filha não veio e hoje é tudo diferente. Para o meu filho fica o meu primeiro telemóvel (religiosamente guardado), o meu primeiro (e único) jogo electrónico (predecessor dos "tetris", "nintendos", "Marios" e "PSPs"), nada de valor que não seja de algum modo sentimental, se é que se pode chamar assim. O resto quem sabe, para uma neta se antes o tempo não se apoderar de tudo. Planos que fazemos à revelia da vida.
 
Ter uma casa de bonecas deixou de fazer parte do plano. Continuo apaixonada por ela, claro, e a tal menina pequenina continua cá dentro (algo destroçada) mas, hoje o foco é outro.
E hoje, a minha casinha de sonho tomou um banho de chuveiro e amanhã seguirá para alguém que sei que lhe dará finalmente a devida atenção, alguém que a completará e a transformará no tal lar. Alguém com o tempo e habilidade que um dia acreditei ter.
É estranho, está a custar-me imenso desfazer-me dela mas sei que preciso de o fazer... aqui está simplesmente estagnada à espera de algo que não virá.  E alguém dizia que "é preciso deixar sair o velho para poder entrar o novo".
Pode parecer disparate mas espero sinceramente estar a dar-lhe o lar que ela merece.
Quem sabe, pode ser que daqui a uns tempos esteja a colocar aqui fotos de uma casinha completamente...  habitada.

Mercado de 2ª Mão

Uma boa opção para quem procura algo "novo" sem gastar muito dinheiro.