26 de abril de 2013

O que se lê e o que se vive

Não sei se é geral, mas por aqui, o cansaço abate-se sobre nós como uma tempestade que nos impede de seguir caminho.
Parece que andamos todos com a bateria no vermelho. 
Andamos todos a precisar de uma vida nova, há dias assim.
Quem vê uma fotografia ou lê um post não sabe a realidade que vai por trás. No fundo, nós construímos a vida que queremos no que escrevemos, e também vemos nas outras vidas aquilo que queremos ver. A imaginação é o limite e ler é diferente de conversar.
Estava a ler este post e achei que era bom demais para o deixar em paz. É preciso procurarmos o bom do caminho, aceitar a realidade porque "vidas perfeitas" podem ser todas, depende da ideia de perfeição de cada um. 

Crescer

Ontem almoçámos num restaurante chinês onde invariavelmente uma a duas vezes por mês fazemos a nossa extravagância. Gosto (gostamos) daquele sítio porque para além do buffet da moda (de comida chinesa), tem o sushi de que sou fã e tem uma série de carnes e/ou vegetais que podemos escolher e "mandar" grelhar na hora e, eu empanturro-me de cogumelos e pimentos e brócolos e cebola e sei lá mais o quê grelhados. E depois, as crianças até aos três anos não pagam (e dos 4 aos 7 pagam 50%). Se calhar é o que se passa nos outros restaurantes também mas, como só vou ali, conto como se fosse a melhor coisa que já vi.
Perguntam-nos sempre a idade do piolho, claro, já está a começar a espigar e já começa a parecer que tem mais de três anos.
O G percebeu e quando já à mesa viu no buffet uma menina com o pai disse-me:
-Mãe, pergunta ao pai daquela menina quantos aninhos ela tem.
-Deve ter três anos, deve ser mesmo da tua idade - fiz por adivinhar.
A resposta bastou-lhe mas continuando nas suas observações  viu juntar-se-lhes uma senhora mais velha.
-Olha, e agora chegou a vovó dela. Acho que é avó ou então mãe, mas não, acho que é avó. - Disse avaliando.
-Também acho que é avó - disse eu - é uma senhora mais velha.
Ele continuou a olhar
- Sabes mãe? Acho que as vovós dos meninos estão todas a ficar velhas!

E assim vai reparando na vida e vai crescendo tomando noção do que o rodeia, e vejo o menino em que se torna e espero e desejo com todas as forças poder estar sempre presente, com suficiente discernimento, para o orientar e esclarecer enquanto ele mais precisar. Principalmente conseguir perceber o espaço de que ele necessita para esticar as suas asinhas e simular os grandes vôos. Assim (eu) tenha lucidez para isso.

18 de abril de 2013

Perguntas

-"Mãe, a água é comida invisível?"

O Deus de cada um

Ontem quando o secava, depois do banho (com todos os Gormitis), tinha o gormiti da floresta na mão e experimentando todas as "articulações" colocou-o de joelhos.
-Mãe olha, o que é isto?
- Uau, está de joelhos.
-Está de joelhos a fazer o quê?
- Está a rezar, a rezar ao Deus dele.
- O que é o Deus dele? - perguntou-me
(Pausa para pensar - como explicar de modo que lhe fizesse algum sentido)
- Cada pessoa tem o seu Deus, e o Deus que as pessoas imaginam é alguém que vive fora do planeta (ele tem uma ideia do que é o planeta) e de quem gostamos muito e a quem tentamos agradar...
- Ah, o Pai Natal!!!!!

E ele tem razão. Algo criado pelo homem para o homem e a quem tentamos agradar de forma a sermos recompensados, é o Pai Natal!
Devagarinho vou começar a explicar-lhe que Deus está dentro de nós e que Deus é o pai amoroso que ama todos os seus filhos de igual modo e que não é o Pai castigador que nos querem fazer crer, que nos ensina valiosíssimas lições mas que temos que estar a tentos para as aprendermos. Que podemos falar com ele de igual para igual porque somos parte dele e que se nos permitirmos sentir essa força amorosa cá dentro, tudo fará muito mais sentido. É bem melhor que o Pai Natal!

17 de abril de 2013

Ontem uma rainha

- "Mamã" -disse-me segurando na minha cara entre as suas mãozinhas - "tu ontem eras a minha Rainha!"
Sorri e respondi - "E tu és o meu príncipe!"
-"Não, príncipe não, Rei!
-"Pronto, és o meu pequeno Reizinho."

Se à mãe se chama rainha (ainda que no dia anterior), espera-se sempre, no mínimo, equivalência. Nunca um grau abaixo.

To Thrive = Prosperar

O simples poder da verdade.




Aqui, um documentário importante que deita alguma luz sobre o mundo que temos neste momento. São duas horas de informação que não devemos deixar de ver.
Esclarecem-se muitas questões que nem sabíamos que tínhamos. Arranjem um tempinho e em vez da telenovela, abram os computadores e cliquem no link. Não deixem mesmo de ver, a informação é a nossa principal arma. E se começarem a ficar frustrados(as), pensem que há sempre uma solução e que somos muitos a querer um mundo melhor.
O inicio foca-se muito nos Estados Unidos mas é necessário para percebermos os tentáculos que se estendem pelo domínio mundial. E aquela parte sobre os ovnis (tenham paciência), não é muito grande e serve para explicar o modo de actuação para sonegar a informação.
Enfim, vejam porque nem tenho palavras.
Tentei colocar no link a versão legendada (Português do Brasil) mas se não aparecer e tiverem dificuldade em perceber, carreguem no botão "cc" na barra preta.

12 de abril de 2013

Superação - Pensamento para o futuro

No domingo passado o nosso primeiro fez uma comunicação ao país. Foi ás 18:30 (se não estou em erro). A televisão saiu do canal infantil e entrou numa sala cheia de jornalistas que aguardavam uma presença a qualquer momento.
A mamã estava na cozinha, o papá aguardava a entrada em cena do protagonista e ele, ali numa excitação de quem espera algo importante mas sem fazer muito bem ideia do quê.
Quando o senhor entrou pela porta que a televisão mostrava ele correu para a cozinha:
-Vem aí, vem aí o Passos Coelho! - anunciou - Vou avisar a vovó! 
Ri, não disse nada e ele voltou para a sala
-Superação, ele disse superação!- espreitou da sala como que a manter-me a par do que se passava.
Pouco depois veio ter comigo: - Superar a crise!- disse em conclusão - Superar a crise!
 
Não vi a comunicação do nosso primeiro ministro mas a pessoa pequenininha que anda lá por casa resumiu tudo muito bem. Pena que tenham eles (os nossos pequenininhos) que levar com isto tudo, e agora ainda vão ser mais sete anos difíceis no horizonte.
Haja saúde. 

A Primavera


A Primavera é daquelas primas que às vezes é fantástica e outras vezes pode ser bem mázinha, daquelas com quem passamos muitas reuniões de família mas nunca um Verão inteiro. Companheira de brincadeiras por quem desarrumamos o quarto inteiro e a quem emprestamos todos os brinquedos.
Daquelas primas muito presentes na intensidade da infância e que depois, quando crescemos, recordamos com saudade porque nunca mais nos tivémos como antes, como se a idade adulta nos afastasse e só muito de vez em quando nos encontramos e usufruímos verdadeiramente na companhia uma da outra. Faço algum sentido? 
Porquê? Porque a Primavera aquela muito presente tem viagem marcada para a próxima semana, vem visitar-nos. Está tudo preparado, o programa das festas é o que acima copiei.
Tudo aqui, no seu original (não sei por quanto tempo mas, obviamente, aguardam-se alterações - para um lado ou para o outro).
E eu aqui numa tristeza porque ainda não vi andorinhas este ano.

8 de abril de 2013

Os senhores das empresas públicas

Não é segredo nenhum que correu pela net, no final do mês passado ( e continua), uma petição contra a presença do nosso antigo primeiro ministro como comentador da RTP. O que parece ser segredo é o facto de a RTP se estar a borrifar para a população.
 
Confirmei o número, e esta manhã este era o quadro do site da petição pública. Devo dizer que este post não tem nada a ver com a petição em si nem com quem nela figura, ontem foi o primeiro dia (de muitos, certamente) de comentários, eu não vi e não li ainda nada sobre o assunto, não sei se falou bem, se falou mal, se disse alguma coisa de jeito, se colocou o dedo na ferida ou se, como era costume, fez alguma birra. 
 
A questão aqui é tratar-se de uma empresa pública que vive com o nosso dinheiro, o nosso trabalho, o nosso esforço. Uma amostra acentuada da população manifestou-se por uma determinada opção, por um determinado direito e, como já vem sendo hábito, parece que todos os que gerem empresas pública passam, assim que são nomeados para os cargos, a fazer parte dos escolhidos por Deus. Não sei se os senhores da RTP acham que apenas 135 mil pessoas são contra e os outros 9 milhões e "meio" são todos a favor, ou se acham que o outro senhor ainda pode voltar ao governo e depois vão todos fazer companhia à Manuela Moura Guedes, não sei, sinceramente não sei, assim como assim, a RTP não é um canal muito visto lá por casa.
 
Em democracia todos temos uma palavra a dizer e sendo impossível agradar ao mesmo tempo a gregos e troianos, ensinaram-me os meus pais que é na  educação que nos demarcamos, a educação (o ser educado), o jogo de cintura, a diplomacia, a empatia pode ganhar ou perder uma guerra, e talvez nos possamos debater com a questão da empresa pública RTP ser uma empresa parasita de todos nós. Já que não temos uma palavra a dizer, já que não merecemos consideração nenhuma por aquilo que lutamos pacificamente e em democracia talvez eles não mereçam o nosso esforço, o dinheiro com que somos obrigados a contribuir para que possam ter a altivez que têm.
 
E antes que pensem que estou contra a RTP porque lá colocou o senhor a fazer comentários, não, não é a questão, a questão é dar uma satisfação a quem a sustenta, a questão era vir falar à população e explicar as suas escolhas, paga-se "taxa"(contribuição áudio-visual) para um político ir fazer campanha e dizer mal do governo? Não chegam as campanhas eleitorais em tempo próprio? Ou agora também para lá vai um de cada partido? Se o fizessem para manter a população informada, capacitá-la e incentivá-la a participar, mas não, se a população disser alguma coisa finge-se que não se ouve, é só mesmo mais um tacho! Estou farta de gente que tenho que sustentar e que me trata mal!
E quem diz RTP diz outras empresas, claro.
E não, isto não é incitamento à revolta (quem me dera), não tenho esse alcance.
Mas talvez valha a pena pensar no assunto.

O Bom e o Mau deste mundo

E depois há o reverso da medalha, li esta notícia e por muito que já tenhamos ouvido falar de como as coisas são, parece que nunca o sabemos verdadeiramente. E é a industria da moda de gera milhões e serve de inspiração às miúdas de todo o mundo. O que não é natural e ameaça a integridade do ser humano deve ser combatido, com todas as forças.
E como é que se consegue viver compactuando com este tipo de coisas? Ah, é verdade, pelo dinheiro que se recebe, a razão de sempre.
A raça humana tem graves problemas de ética e às vezes a desilusão é tão grande que apetece desistir. 
Só que depois, assim muito de vez em quando, aparece qualquer pequena coisa que nos restaura a fé...
Valha-nos isso

5 de abril de 2013

Amar e cuidar




Quando somos pequeninos, somos qualquer coisa de fantástico.

Viver no Campo













Assim foi a nossa Páscoa e já estamos cheios de saudades.
O tempo até colaborou (deve ter lido o blog), obrigada!
Correr, brincar, saltar, pisar nas poças, apanhar laranjas, observar os bichinhos, apanhar flores, fazer bolinhas de sabão, cavar a terra, apanhar limões, interiorizar paisagens diferentes, explorar, deixar a imaginação voar, respirar fundo, brincar com o Boris. Tudo o que viver na cidade não é.
Dois minutos depois de se sentar ferrou a dormir.
Qualquer dia mudamo-nos de armas e bagagens.