24 de fevereiro de 2016

The Big.. insanity

Não sei o que se passa nas outras casas com as outras famílias mas, haverão por aí outras crianças de 6 anos completamente... (até me falta a palavra) viciadas, enfeitiçadas, sei lá, com o concurso The Big Picture?
É todos os dias uma fita, todos os dias vemos a sessão do concurso do dia anterior - o puto deita-se às nove, por isso andamos um dia "desfasados" em relação à emissão real. E anda de volta do pai para fazer a aplicação e é a loucura, a dele por aquilo, e a nossa porque já não aguentamos mais.
Enquanto não colocamos a emissão na tv não pára de falar e de pedir e de saltar.

Começa o concurso e ele olha para nós, quando damos a resposta, ele reforça com a "aposta" dele (que é a mesma que a nossa), fica numa aflição, aos saltos, à espera da confirmação.... Céus, não sei se ria ou se chore, não sei se me preocupe (é um jogo) ou se me orgulhe (é cultura geral).
Adora perguntas, adora adivinhas, adora ser desafiado, mas também adora jogar. E aquela insistência, é o "the big pictshure" a toda a hora (a toda a hora, mesmo!), com sotaque british e tudo.  Já não há pachorra!

Quando lhe pergunto porque é que gosta tanto daquilo ele diz que é para aprender. Eu acho que é para ver quantas acerta. 
Vou fazer um "big picture" caseiro com a tabuada e soletração de palavras.

Alguém por aí a passar por isto? Sugestões para não enlouquecer?

22 de fevereiro de 2016

As árvores

Tudo o que vemos transforma-nos de algum modo.
Estas fotos têm já algum tempo, estavam "da lado" passou-se quase um ano, embora elas (árvores) se mantenham no mesmo local, com a mesma roupa.  
Hoje lembrei-me delas, não sei porquê, talvez porque tenha visto andorinhas no sábado e a Primavera esteja a querer fazer-se anunciar dentro de nós, quem sabe?
Partilho pela mesma razão que as fotografei, não só porque acho piada, mas porque implica uma ideia, um projecto, um tempo de dedicação e um resultado engraçado, colorido, que anima o local. Não acho que as árvores se importem. Acho que o facto de olharmos e sorrirmos as transforma também.
Coisas minhas.











E a vida continua


Os últimos tempos têm sido... estranhos. 
Por muito que se saiba que a vida não é infinita e por muito que uma família se prepare para um final que se adivinha próximo, nunca na verdade se está preparado para o tal adeus definitivo.
Pelo G, mantemos a vida o mais normal possível, explicámos-lhe que o avô partiu e que o papá estava muito triste, pelo que esta ida ao norte, não seria por nenhuma festa ou reunião animada de família.
E reconforta-me que lá tenhamos estado todos juntos em Novembro no 91º aniversário do avô.

 O tempo esta semana foi mais gentil. Lembro-me quando o meu avô faleceu, há 12 anos, lembro-me de no dia seguinte estar um dia de sol e eu pensar que nada no planeta deixava adivinhar que ele tinha acabado de partir, que o mundo no dia a seguir se tinha atrevido a girar e o sol atrevido a brilhar como se nada fosse.
A semana passada choveu e nevou e fez um vento gélido enquanto nos despedíamos do avô "Manel". Esta semana o sol esteve connosco todas as horas do dia.
Neste sábado, quando iniciávamos o regresso a casa, a imagem da Serra ao longe parecia falar-nos.
E se assim o pensámos, melhor o fizemos. Sem que tivéssemos minimamente preparados, virámos à esquerda em vez de seguir para sul.

A pureza do branco por todo o lado  e a frescura do ar,  pareciam limpar-nos a alma. Esteve um dia maravilhoso que parecia querer compensar-nos do escuro e triste adeus da semana anterior. Deu para sair do carro, enterrar mãos e pés na neve como se de areia se tratasse. Deu para o G compreender a neve e perceber como foi uma infância (do pai) aos caprichos das condições atmosféricas junto à Serra de Montemuro. "Oh mãe, eu queria tanto ter nascido aqui!"
Nasceu em Lisboa, e talvez por isso aprecie melhor estas viagens e as emoções que a natureza nos pode proporcionar.

Saímos dali mais leves.






17 de fevereiro de 2016

A vida



Enquanto via este pequeno filme não consegui deixar de pensar na vida, principalmente na perspectiva de quem é mais velho e está mais próximo de a terminar.
Em três dias perdemos dois membros da nossa família. Não era uma questão que tivesse pensado abordar aqui,  Mas agora vi o filme e pensei em tudo o que poderia ter sido e imaginei cada um dos seus desejos e objectivos de vida.
Jane Goodall é uma mulher que admiro por muitas razões. admiro-a por ter a capacidade de aos 80 anos ainda ter a cabeça e o coração de quem se maravilha com a natureza e de quem facilmente encontra a felicidade nas pequenas coisas. Admiro-a intelectualmente e admiro-a pessoalmente.
Não é comum nas pessoas mais velhas, e não tendo pretensão de saber tudo o que as pessoas mais velhas pensam, sei que muitas delas aos 80 já desistiram das pequenas lições da vida. Ver uma mulher de bem com a vida, cheia de sonhos e desejos e objectivos aos 80 anos, é uma inspiração.

Maravilham-me pessoas mais velhas com níveis de cultura acima da média, normalmente são pessoas que não vivem presas ao passado e não fazem da sua história de vida um drama do qual não se conseguem separar.
Não tenho na minha família grandes exemplos de mulheres de grande cultura, com uma educação privilegiada. Venho de famílias de mulheres fortes que arregaçaram mangas ainda em crianças e trabalharam para se sustentar a si e aos irmãos, de gente que pastoreou em vez de ir à escola, de gente que limpou casas de outros, de gente que construiu estradas e prisões, ainda usadas nos dias de hoje. De gente que andou fugida à polícia e chorava com saudades de mãe (no inicio do século passado, não vá algum agente da autoridade ler este post e achar que escondo algum fugitivo). E apesar da tal falta de cultura que tanto me fascina,  é com estas que aprendo as melhores lições de vida. Mulheres fortes que se souberam erguer e dar um futuro aos seus descendentes. Força, coragem e persistência. E no fim, a recompensa.

Não partilho da opinião da Dra Goodall quando ela diz que que diminuiria a quantidade de seres humanos no planeta porque estamos a esgotar os seus recurso. Acho que estamos a entrar numa nova época, acho que há muita coisa para ser inventada, acho que vêm tempos muito interessantes e que as descobertas que vamos ter à nossa disposição vão dar a volta a muitas das questões que se julgavam sem resposta. Espero que ela viva o suficiente para o ver (e já agora, eu também).

Emocionam-me pessoas com uma certa idade a falar das suas esperanças e sonhos, conscientes de que a vida não lhes dará o tempo que desejariam para fazer tudo. E penso nos que partiram. Sinto saudades e gostaria que pudessem ter mantido os seus sonhos por perto. Imagino-os a olharem para nós, a tomarem consciência de que tudo é relativo.

Questiono-me sobre os sonhos de que terei desistido. Mentalmente planeio objectivos a longo prazo que ensinem o meu filho sobre a vida e a tranquilidade de passar por ela. E se pelo caminho puder ajudar alguém, tanto melhor, serei um melhor exemplo, terei cumprido um objectivo maior.





8 de fevereiro de 2016

Um bolo diferente

Uma amiga apresentou-me a um sujeito simpático e doce, conheci-o, achei-lhe piada, e com o tempo passei a gostar bastante dele. Hoje em dia, evito-o. Não que me tenha zangado com ele, mas porque não me faz muito bem. 

De há uns tempos para cá, a minha glicémia já não anda nos valores de antigamente e tudo o que tenha açúcar e farinha já não circula tão livremente cá por casa como um dia circulou.
Habituei-me  a fazer bolos com metade do açúcar, a substituir farinhas, a alterar receitas. Já o fazia por causa do maridão e agora, o stress apanhou-me a mim também, bem pelos açúcares.

O sujeito que a minha amiga me apresentou foi o Reese's (peunut butter cups), só é pena o chocolate ser tão doce, de resto, o equilíbrio entre doce e salgado no "recheio" não é mau. Os mini cups são os melhores.
Foi por não os comer há já bastante tempo e ter algumas saudades, que esta receita teve um impacto maior em mim.

As alterações: metade do açúcar (para quem não tolera coisas muito doces), e usar açúcar de côco (é mais caro mas tem um índice glicémico de 35, é mais saudável).  Os pedacinhos de chocolate podem e devem ser sem açúcar (adoçados com stevia, por exemplo).
E é verdade, o resultado é incrível, parece mentira que o bolo não tenha farinha.
O piolho cá de casa adorou.
A diferença no meu forno a 180/190º C é que demorou cerca de 50 minutos a cozer. E mal coza, sai logo do forno para não ficar duro e queimado. Depende de forno para forno.

Para quem gosta de manteiga de amendoim, é a não perder, e a baunilha corta-lhe um bocado a intensidade do amendoim. É bom mesmo.



imagem daqui



7 de fevereiro de 2016

Oeiras BRInCKa aos LEGOS

Como cá por casa habita um entusiasta dos legos (da Lego, como ele emenda), o nosso programa esta manhã foi dar um saltinho à exposição de Porto Salvo.
Não há muito a dizer, é a LEGO no seu melhor. E é tão giro.
5€ o adulto e 3€ crianças dos 4 aos 12 (menos de 4 não pagam). Termina terça-feira e, para quem gosta, vai altamente recomendada.
Tive alguma dificuldade em eleger as fotos, por isso, é melhor não julgar o evento só pelo que se vê aqui.
Vale a pena, e quem quiser pode sempre ajudar a completar o mosaico. Ah, e é provável que os mais pequenos pedinchem até mais não, por isso, é melhor ir prevenido,  mesmo até para aquela(s) peça(s) em falta nos conjuntos lá de casa.





















5 de fevereiro de 2016

Carnaval

E estava instalada a confusão.  
Esta tarde, a estrada de Benfica esteve por conta das escolas. Mesmo quem esperava por um autocarro que não viria, se deixou encantar pela festa.
A alegria era tanta, e o alarido era de tal forma que foi impossível não nos deixarmos ficar.  Era contagiante, eles deliraram.
Musica (bem alta) brasileira bem ao ritmo do Carnaval, muita cor, muita animação e muita gente a ver.  E o dia até colaborou, parece que no meio do frio que tem estado, naquele momento a temperatura até deu uma ajudinha.









4 de fevereiro de 2016

A começar de novo

Será apanágio de Outono? Terão as folhas a cair algum efeito de inércia virtual sobre mim?
Tanto assunto para partilhar no blog (sem interesse profundo, é certo) e eu, sem conseguir colocar organização em mim para dar corda aos pés (ou mãos) e fazer destas pequenas coisas que tanto gosto.
E com muita vontade, abro a página numa nova mensagem e penso que quem me segue (ou seguia) merece melhor.
E as palavras para mais um recomeço escapam-me. 

Passaram-se uns meses e não tenho bem noção se terei mudado muita coisa cá por dentro, sei que, como todos, descubro a cada dia novos degraus no caminho que pretendo seguir, mas, que por enquanto, se a vida me colocou aqui, é porque devo permanecer onde estou, nem que seja só por mais um dia. Há dia calmos em que tranquilamente vivo com esta "solução", outros, nem tanto assim.
No meio da confusão e da corrida da vida, faço um esforço por me ligar ao que verdadeiramente interessa, mas no meio do rio, somos levados pelo caudal.


A vida segue, o puto cresce a olhos vistos, já escreve, já lê e já opina a torto e a direito. E o nosso pensamento do futuro que antes parecia simples e longínquo, toma toda uma nova dimensão.

E por falar em futuro, saiu no passado domingo, no DN, uma entrevista a Josep Menéndez (homem da linha da frente da transformação do ensino nos Colégios Jesuitas da Catalunha). Muito interessante para quem sentiu um desajuste profundo na realidade do ensino no nosso país ou, para quem simplesmente se preocupa com o rumo e evolução da educação. Tudo aqui.

Escrevia eu que a criança já lê. É verdade. Dizia-me o mês passado (quando leu o primeiro livro todo sozinho), "Mãe, estou tão feliz, não sabia que ler era tão fácil."
E o meu coração enche, e mesmo ao escrever enquanto revivo o momento na minha cabeça, não consigo deixar de sentir uma alegria imensa e sorrio.
A vida às vezes é tão boa.

E um pouco por todo o lado percebem-se pequenas mudanças no comportamento humano, parece que se começa a ver um bocadinho mais de tolerância, aqui e ali, de empatia, ou até mesmo (trevo-me a dizer), de compaixão. Estarei enganada?  Não vale responder logo após ver as notícias na televisão. 
São novos tempos, ou talvez seja apenas cansaço da estupidez.

E seguimos com a vida.