31 de janeiro de 2013

Trabalhos importantes


"- Mãe eu estou a fazer um t'abalho muito impo'tante!"
E não é que estava mesmo.

A febre voltou vinda sabe Deus de onde, foram só dois dias mas o suficiente para desorganizar tudo à nossa volta. Muitos dias em casa são complicados por todas as razões, faltar ao trabalho, faltar à escola, é o descontínuo, a quebra de hábitos (saudáveis), a permissividade um pouco mais esticada, o juízo toldado pelo coração apertado, a preguiça, a sanidade mental, etc.

Afastá-lo da televisão não é difícil, encontrar "tarefas" que prendam a atenção (durante um tempo razoável) de uma criança de três anos é que não é fácil.
Valeu-nos um trabalho de casa da escola que consistia em fazer uma máscara com materiais reciclados (ainda não tirei a fotografia). Trabalho para ser feito com mãe/pai para um concurso na escola.  Cada fase deste nosso pequeno projecto foi pensada de modo a que ele participasse o mais possível mas, a capacidade dele estar sentado a uma mesa e pintar a mesma peça/desenho durante mais de 5/10 minutos, é mentira. Ou se altera o trabalho com muita frequencia ou acabamos sozinhas à mesa. Quando juntei as peças todas e as colei chamei-o.
"-Gostas assim?"
Estendeu o braço para cima, palma da mão aberta para mandar parar "- Mãe, está bom assim, não faças mais nada!" - e acrescentou - "Acho que vamos ganhar um prémio."
Eu não acho (aproveitei logo a deixa para explicar que o bom é participar e etc...), e mais, acho que a rapidez com que resolveu que o trabalho estava concluido deixou no ar um cheiro a "não vou dizer que não gosto porque senão ainda tenho que ir fazer mais".

Não sei explicar

mas sempre adorei nevoeiro.






28 de janeiro de 2013

OGMs

"Os EUA estão prestes a servir a primeira carne modificada geneticamente do mundo: um salmão mutante que pode devastar as populações de salmão selvagens e ameaçar a saúde humana. Mas podemos impedí-los agora antes que esse estranho peixe Frankenstein apareça em nossos pratos de comida.

O novo salmão falso cresce duas vezes mais rápido que o original, e nem mesmo os cientistas sabem os efeitos a longo prazo que ele pode causar à saúde. Ainda assim, esse alimento está prestes a ser declarado seguro para consumo, baseado em estudos pagos pelas empresas que criaram a própria criatura modificada geneticamente! Felizmente, os EUA são obrigados legalmente a considerar a opinião pública antes de tomarem uma decisão(...)."

Vejam aqui e não deixem de votar, queremos um mundo seguro para nós e para os nossos filhos.
Somos o que comemos.

27 de janeiro de 2013

Amiguinhos

- Pai, posso beber da tua água?
- Não filho, o pai vai buscar uma para ti.
- Mas ó pai, é p'a sermos amiguinhos!

Sábados de sol

São dias de...

... mercado biológico.

E de passear no parque.
Que saudades do tempo bom, foi encher a barriga de passear sem casaco. Foi tempo de ficar ao sol e deixar a moleza instalar-se.

25 de janeiro de 2013

O objecto da minha paixão


Não dá mais para conter, tenho que o espalhar aos quatro ventos. Dizem que verbalizar torna a coisa um pouco mais real, e depois, quando gostamos a sério, não conseguimos pensar nem falar em mais nada. Não sei quanto tempo pode demorar mas sei que estamos destinadas a ficar juntas.

24 de janeiro de 2013

Motivação nacional

Recebi por email e passo a transcrever uma parte

"Portugal é um dos poucos países do mundo que pode fechar as suas fronteiras porque a natureza lhe deu tudo quanto é necessário para que o seu povo possa viver feliz e em paz!
Portugal possui:
  • A maior ZEE (zona económica exclusiva - mar) da UE, tão grande como todo o continente europeu
  • 80% de solo arável, quase em completo abandono
  • Invejável rede hidrográfica a nível mundial
  • Grandes reservas de água doce, em aquíferos subterrâneos inesgotáveis
  • As maiores reservas de ferro, da UE, de excelente qualidade
  • As maiores reservas de cobre da Europa (segundas no mundo)
  • As maiores reservas de tungsténio (volfrâmio) da Europa
  • As maiores reservas de lítio da Europa
  • As maiores reservas de terras raras
  • As segundas maiores reservas de urânio da Europa
  • Grandes reservas mineiras de ouro, prata e platina
  • Grandes reservas de carvão mineral de escelente qualidade
  • E todas as incomensuráveis riquezas que as águas do Atlântico escondem
  • Uma das maiores reservas de petróleo da Europa que parace que já vão ser exploradas na costa do Algarve por companhias alemãs e espanholas (a pagar a Portugal 20 cêntimos o barril quando o preço por estes dias anda nos 92 dolares o barril)
  • Reservas de gás natural e de xisto na placa continental que dão para pelo menos 100 anos sem precisar de ninguém
(...)"
Fora tudo o resto que já sabemos!
O e-mail continua depois a explicar tudo o que temos - do outro lado da linha do bom. Fala da gestão dos sucessivos governos, dos vários utensilios de cozinha (metálicos com asas onde se prepara a comida) que se arranjam a familiares/amigos com pretensões a cozinheiros, dos ordenados, da quantidade de gente que ocupa os bancos da cozinha (leia-se parlamento), etc. Achei melhor não colocar aqui porque queria mesmo escrever só sobre as coisas boas que temos e que nem desconfiamos.
Mas faz-nos pensar, não faz? Isto diz muito de nós, diz que não aprendemos com os erros. Porque raio continuamos a teimar em querer que nos (des)governem assim? E mais, porque raio continuamos a insistir tanto na ética e na justiça se depois não a aplicamos?

23 de janeiro de 2013

As coisas boas e a hora de ponta

Parados no semáforo

Parados na berma (para tirar a foto)
Mal entrou no carro disse-me: "mamã, vamos pela estrada marginal!"
Ainda pensei durante um segundo mas depois, para quê o stress? para quê a correria?
No rádio começou "sail", aumentei o som mesmo antes dele pedir e rumámos à Marginal. A música era boa, a chuva embalava o caminho e ele disse satisfeito: "esta é a minha música preferida de todas!"
Foi uma viagem de contemplação.

Sugestão


 
Desta "marca" gosto do pão de Espelta, que é de todos os pães de Espelta, de comer e chorar por mais. Mas hoje o papá trouxe pão de Kamut com bagas goji e sementes de abóbora e girassol (e linhaça), fresquinho. À primeira vista, não dei muito por ele, não me agradam coisas moles (passas e afins) a habitar o pão, mas depois, provei e fiquei rendida. É bom (mas o de Espelta continua no topo da lista), é biológico e cheio de coisas boas que fazem bem à saude.
Recomendo.

22 de janeiro de 2013

Como nascem os feijões

 

Em Dezembro, eu e o G resolvemos fazer algo diferente, decidimos ver como nascem os feijões... claro que para isso precisámos de feijões! O G escolheu 7 ou 8, a mamã colocou o algodão molhado dentro do frasco e todos os dias vimos a evolução.
É um projecto engraçado para fazer com eles. Voltarão com toda a certeza a repeti-lo mais tarde na escola, mas, desde o primeiro dia até à plantação no vaso, passaram-se 16 dias. É algo extremamente rápido, há dias em que de manhã está de uma maneira e à tarde já está de outra - ideal para estas idades. É muito giro, ele adorou. Recomendamos.
 

6 dias

 
Foram seis dias, seis dias intensos.
Manter a "peste" ocupada nos momentos em que febre era vencida é que foi o mais complicado. Mas o interessante foi vê-lo fazer os puzzles ao contrário porque da maneira correcta já é demasiado fácil.
É engraçado vê-los superarem-se, encontrarem maneiras de tornar as brincadeiras de sempre interessantes.
Desenhar com carvão foi a novidade, amanhã volta à vida real e eu preciso de férias.


a tea and a thought

Bom dia!

20 de janeiro de 2013

Casar

Há uma ou duas semanas o G viu (com olhos de ver), a mamã e o papá na cozinha a dar um abraço. Meio encostado meio escondido na ombreira da porta perguntou com ar acanhado: "Estão a casar?"
Agora quer casar connosco a toda a hora, por tudo e por nada diz "vamos casar!" e lá vamos todos a correr dar um abraço a três. Ele fica tão feliz!

Tréguas

Parece que a febre está finalmente a ceder, deu ainda um ar da sua graça por volta da hora do almoço mas desde aí que não tem dito nada.
Foram três dias e pior, três noites para esquecer. O papá cedeu o seu lugar na cama e o G dormiu como gosta, com companhia. Optámos por não ficar os três para ele não aquecer muito (por causa da febre), mesmo assim, foram horas de voltas e mais voltas na cama, sem encontrar a tranquilidade necessária para um soninho descansado. Muita medição de febre e muito remédio para o bucho. Sempre que o cansaço vencia um bocadinho e ele conseguia adormecer, chamava baixinho e eu dizia "o que foi amor?" e ele repetia: "Toooooooodles".
E depois das sete da manhã dormiu até às dez. Sesta é mentira e eu, eu já não suporto o loto do Noddy.
Como hoje ainda estamos de prevenção à febre, amanhã ficamos ainda em casa, será o quinto dia (suspiro!).
Amiga, o cafézinho combinado para amanhã de manhã vai ter que ficar adiado.

O Nosso Mundo

Em Setembro de 2000, os 191 países da ONU assinaram um pacto, uma declaração (a Declaração do Milénio) onde se comprometem concretamente a atingir dentro do prazo (2015), os oito objectivos (de desenvolvimento do milénio - ODM) que deverão transformar o mundo.
Acabar com a pobreza extrema e a fome, promover igualdades, erradicar doenças, proteger os mais frágeis, promover o desenvolvimento sustentável.
2015 é já ali ao virar da esquina e os ODMs têm ficado convenientemente na gaveta (pelo menos por cá).
A primeira vez que ouvi falar deles foi por volta de 2007, quando fiz um estágio na Oikos, e sinceramente, desde esse tempo, fora desses meios, muito pouco encontrei de novo sobre este tema.
E é uma pena, os ODMs estão intrinsecamente ligados aos direitos do Homem e neste nosso pequeno mundo (felizmente), é um tema sobre o qual não é preciso nem pensar que existe.
Nos dias que correm, com tanta mudança a decorrer, o futuro parece-nos muito incerto, estamos preocupados, não sabemos o que nos está reservado e pensamos nos nossos filhos.
"My World" é a voz de todos nós, é uma ferramenta global, para que possamos contribuir com o que consideramos prioritário nas mudanças que queremos ver no mundo.
Não custa nada, é uma votação ao estilo de teste americano. Não deixem de contribuir para melhorar o mundo de todos nós.



19 de janeiro de 2013

Socorro

 
O G tem um carrinho da loja dos chineses que canta, dança e acende as luzes (só não leva o pequeno almoço à cama), o único defeito que tem é o volume do som, acho que os vizinhos do primeiro andar o conseguem ouvir.
Estando doentinho, tem a vantagem de lhe serem permitidas mais coisas que o costume. Mas não há ouvidos que aguentem, não há cabeça, não há disposição e quase já não há boa vontade. E a continuar assim, pelo menos mais um dia em casa é o que nos espera.
O que vale é que resistência de mãe é algo que recarrega mais depressa que o telemóvel.

Tem sido assim

Estende-me os braços e diz:
- Mamã, peciso de ti.
Eu abraço-o e digo baixinho:
- Vai-te embora, febre, não te queremos aqui.
- Não te  peocupes mamã, a febe já está a passar.
                                  
                             *
- Estou preocupada contigo - digo-lhe num abraço.
- Desculpa mamã!
(oooooooohh!)

                             *

A febre teima em não sair, neste momento está sob o efeito do brufen, é uma maravilha, parece que nada o consegue parar, canta e dança, diz-me "olha, tu não consegues fazer isto" e salta dois quadrados dos mosaicos do chão ou dá um salto enquanto roda no ar, nem parece o mesmo. Depois, de um momento para o outro a febre entra em grande, olho para ele, as faces vermelhas e os olhos pequeninos revelam tudo, parece que vem de mansinho, quando damos por ela já avança pelos 39 graus.
É assim, tem sido assim, não somos diferentes das outras pessoas mas custa tanto quando se trata dos nossos.

O que se tem ouvido cá por casa

"- Mamã/Papá, obigado pela tua ajuda, já me sinto muito melhor."

Chuva, chuva, chuva, chuva....

 
Não sendo benfiquista, acho que não me lembro de algua vez ver o nosso mapa assim, (quase) todo pintado de vermelho.
Haja paciência para este terceiro dia sem sair de casa...  também só já quero é que ele fique bom. Trabalhamos para isso.
Bom fim de semana.

18 de janeiro de 2013

Da coragem e da valentia

 
A febre vem (+-) de seis em seis horas, o ben-u-ron não tem tido descanso e hoje lá fomos à senhora doutora.
Como da última vez a visita não tinha corrido muito bem, ensaiámos na sala de espera, expliquei-lhe o que a médica iria fazer e que seria muito bom para ele ficar melhor.
Entre vê-lo a levantar a camisola para ser auscultado, inclinar a cabeça para mostrar os ouvidos, abrir a boca e deixar ver a garganta e, responder ele às perguntas da médica, achei que estava a sonhar. Não era a mesma criança.
Saiu de lá com um "pauzinho", um diploma e a promessa da médica de que iria ser seu genro.
Oito horas passadas, acho que ainda estou a rebentar de orgulho.

17 de janeiro de 2013

a tea and a thought

Amor e perda

 
Foi logo num dos primeiros dia do ano, pela hora do almoço, vi-o ali perdido no canto da entrada de uma porta.  Alguém o tirou do caminho e o abrigou dos passos anónimos.
Não podia deixar de o fotografar.
E ali ficou porque o João pode não o ter recebido, e em mim viveu o desejo que ele não partisse sem o ver. 


16 de janeiro de 2013

Este tempo

Anda tudo muito cinzento, anda tudo muito sem vontade, andamos todos a fazer contas à vida.
O ano mudou, parece que com ele tudo mudou.
Tenho para mim que a mudança traz coisas novas, mudar é bom, o pior é permanecer durante o processo porque às vezes é duro, muito duro.
Dizem que a vida é mudança e o sofrimento vem com a resistência. Mas, mudamos porque temos em mente alguma coisa nova, mudamos porque o que temos já não nos serve, e mudamos porque a vida não nos dá alternativa.
Ajuda focarmo-nos no objectivo último, isso deve sempre ser a nossa força motriz. E já agora, talvez seja possivel sorrir um bocadinho, só para agilizar um pouco a coisa.
Parece que andamos todos dormentes.
O estado do tempo não ajuda mas para além do "podia ser pior", há o "é bom para as plantas" e o "o ar fica mais limpo", só coisas boas :)