25 de fevereiro de 2014

Na tarde de hoje


Já me tinha esquecido da tranquilidade do por do sol.

Mãe desgraçada

Há uns dias a caminho da escola ao som do "Desfado" da Ana Moura  ("ai mas que sorte eu viver tão desgraçada"), o meu filho pergunta o que é "desgraçado".
- Desgraçado é uma pessoa infeliz, sem nada, sem amigos, sem ninguém.
- Ah, então eu sou desgraçado! - começou com voz chorosa.
(Passei-me)
- Oh G, estás maluco? Uma desgraçado é um miserável, sem nada, sem roupa, sem comida, sem casa, sem ninguém.
- Mas eu sou desgraçado porque vocês fazem-me. - Atacou -  Sou sozinho, não tenho ninguém para brincar...  sou um desgraçado.

Seguiu-se uma ensaboadela, ou melhor, um ensaio sobre a desgraça, sei que é o mimo, sei que quer ainda mais atenção, mas custa-me, custa-me que esta gente pequena, aos quatro anos saiba já usar destes argumentos. Às vezes vem muito choroso ter connosco: "Oh mãe, não precisas de mim para nada?" Se estou a fazer algo que ele não pode mesmo ajudar digo-lhe que preciso muito dele mas não para aquela tarefa específica. Ele desespera: "ninguém precisa de mim!"
Oiço e faz eco cá dentro, aflige-me aquele desespero e sei nesses momentos que me saberá manipular magistralmente. 


Bons serviços

Sabemos que no nosso país os serviços são de excelência quando, para um licenciamento nos exigem um documento da Delegação de Saúde que, quando nos deslocamos à referida delegação, ficamos a saber que já se deixou de fazer há anos. 

18 de fevereiro de 2014

O chocolate e a menta


Dizem os senhores da rádio que hoje é dia do chocolate de menta.
Este é o meu preferido, chocolate cru com menta. Podia comer disto os dias inteiros para o resto da vida.... (se calhar enjoava mas isso agora não interessa nada).

O chocolate cru no seu processo de fabrico não é aquecido acima dos 40º  para manter a integridade de todos os nutrientes. É dos alimentos com maior concentração de antioxidantes e magnésio.
Só faz bem portanto.

As cores desta manhã


E São Pedro lá permitiu o sol, esta manhã a sair de casa, o meu filho que vem sempre a reclamar do frio e do sono até queria ir procurar o pote de ouro.

17 de fevereiro de 2014

À procura de resposta

O mundo está em mudança e nós mudamos com ele. Por todo o lado vejo gente com vontade de produzir, vejo gente em desassossego porque a vida não pode ser só isto, vejo gente que inventa trabalho para não endoidecer, vejo gente insatisfeita porque nos seus melhores anos é posta de parte. 
O País e a economia em que vivemos em vez de nos motivarem a seguir em frente, em vez de usarem o combustível de uma mão de obra jovem e muitas vezes qualificada, põe-nos em espera.
E é válido para quem trabalha/sobrevive de empregos limitadores e desajustados como para quem não tem emprego e se sente em desespero seja pela falta de dinheiro como pela necessidade de se sentir útil, em qualquer idade.
Mas o que não falta por aí é gente cheia de ideias, a desenvolver novos caminhos a dar novas vidas à vida.
Adam Hoppel (por causa de um artigo que li) fê-lo muito bem, e nem é preciso ir tão longe, junto a cada um de nós há gente assim, que procura novos caminhos, novas soluções.
Talvez o caminho seja pela Economia de Oferta, quem sabe? vale sempre a pena experimentar. Temos muito valor e sabemos como ninguém entregar-nos àquilo que nos encanta. É algo que fazemos com dedicação, com paixão, com encanto. 
E se eu souber... tricotar, porque não ensinar (mesmo pela net em pequenos filmes)? ou porque não tricotar algo que alguém queira em troca de... me planificarem uma festa de anos? Ou me ensinarem a fazer arranjos florais? Ou talvez alguém precise de um conjunto de 6 guardanos com um monograma bordado para oferecer (ainda se usa? cada vez mais?) e talvez tenha dinheiro ou talvez dê algo em troca que a pessoa precise... porque não?
Vamos trocar experiências? Vamos partilhar a sabedoria? Vamos fazer qualquer coisa de bom uns para os outros? E vamos arranjar ânimo para seguir em frente, por uma porta encontramos um caminho e quem sabe onde ele nos leva?
Todos os dias me passeio por blogs onde vejo tanta criatividade, tanta gente a fazer tanta coisa bonita. 
Vamos pôr mãos à obra? Vamos trocar as voltas à vida.
Quem tem ideias para juntar a esta?

Os anos do vovô


Na semana passada o vovô fez 70 anos, o vovô companheiro de brincadeira, porque  outro vovô para além de estar longe a falta de saúde já não o deixa abrir a porta a este tipo de encantamentos. 
O G quis fazer-lhe uma grinalda de amendoins, cantou os parabéns e apagou as velas quase tantas vezes quantos os anos do vovô. É ele que domina o jantar, a festa, a casa, os dias. E por muito que pense, para este vovô não podia haver prenda melhor.

14 de fevereiro de 2014

Um coração doce para o papá


Para o papá cá de casa, no dia dos namorados, um coração doce mas sem açúcar. 
Temos consciência que quanto mais tomamos esta opção, menos necessidade vamos tendo de adoçar.
Farinha de côco, farinha de amêndoa, farinha de trigo sarraceno, farinha de arroz, ovos, manteiga (ou óleo de côco), um pouco de leite de aveia/soja/amêndoa e maçãs em quantidade industrial. Uma colher de sopa de geleia de arroz (em pó) só para não deixar a acidez da maçã levar a melhor. A receita é inventada, não é nada de especial mas resulta tão bem, a maçã é dos frutos que melhor funciona nos bolos porque adoça. O papá fica feliz da vida e  a mamã também.

Imagens do dia


Dia dos Amigos

Na escola do G hoje é dia dos Amigos, da Amizade, do Amor.
Quando acordou hoje de manhã estava preocupado.
- Mãe, hoje é dia de casar.
- E tu vais casar com quem?
- Com ninguém.
- Com ninguém? Então ontem querias casar com a C.... 
Ele fez uma cara aflita.
- Mas mãe...  eu não me sinto preparado para casar.

E pronto, posso ficar descansada até ao próximo ano. E vamos ver se à tarde quando o for buscar ele não terá entretanto mudado de ideias.

Lenços e Solidariedade


Vania Castanheira, Moçambicana/Portguesa/Brasileira a quem a vida de repente puxou o tapete, soube dar  uma volta brilhante à vida e à doença. Ela tem um desejo para este ano, uma pequena ajuda à autoestima das mulheres a quem o cancro despoja até a imagem.
Aqui no post de um blog cheio de optimismo e vontade de viver onde ela conta tudo o que passou.

O bosque vertical


Mais uma boa ideia mas provavelmente só acessivel a muito poucos. Não é o ideal mas para cidades saturadas de betão, é sem duvida uma lufada de ar fresco. 

12 de fevereiro de 2014

Ideias brilhantes


Na Pennsylvania, um abrigo de animais teve uma ideia brilhante, criou o "Book Buddies", um aprograma que junta crianças a gatos que estão à espera de ser adoptados. Crianças entre os 6 e os 13 anos de idade vão ler histórias a gatos. A ideia é não só ajudar as crianças a melhorar as suas capacidades de leitura como passar algum tempo com um animal que precisa de carinho. Ganham todos. Que bom.
Lá em casa por muito que o meu filho queira "ler" para a Mia (a gata), ela não lhe liga nenhuma. Barriga cheia é o que é.

Hoje é Dia da Mão Vermelha




O lugar das crianças é com a família.
Hoje é dia Internacional contra a utilização de crianças soldado. 

Tentei escrever algo que pudesse ir ao encontro daquilo que sinto em relação a este assunto mas, depois de ter dado uma (pequena) vista de olhos pelo YouTube e ter passado por dois ou três sites, já só tenho vontade de chorar. Acho que como mãe se manifestar algum "alívio" (e peço desculpa pela escolha da palavra) por ser uma realidade que graças a Deus está bem longe de nós, talvez não me levem a mal, mas, na verdade não me sinto bem comigo mesma por o fazer, parece que não me importo com o que acontece "lá longe". Parece que não sei que existem outras mães, parece que não quero saber dessas crianças e parece que nem me interessa que se tornarão os adultos que herdarão os destinos de países.
Lembro-me do Diamante de Sangue (o filme), lembro-me de como não consegui parar de pensar na vida, lembro-me de me questionar sobre o porquê de tanta coisa, e lembro-me de chorar também.
Não sei porque é que estas coisas existem, não sei se estamos todos num qualquer plano em que temos que superar uma série de testes para ir subindo o nível e termos vidas menos difíceis, ou não, não sei. Só sei que confrontada com o que às vezes vejo, me sinto uma sortuda por nada disso me tocar, mas desespero, não consigo ficar indiferente, desespero e sinto uma impotência enorme.
É uma realidade longínqua, é verdade mas co-existe aqui e agora. E não são só meninos, são meninas cujo papel é entreter as tropas com tudo o que isso implica. Meninas.
Sei que ninguém vai procurar filmes no YouTube mas aviso que escolhi um mais adequado e mais fácil de ver, alguns são mesmo desaconselháveis a menores.
E um pouco à parte, vale a pena lembrar que tudo o que nos acontece na infância fica connosco e afeta-nos de uma forma que nem temos noção, mesmo aqui, longe destas realidades, estamos como pais a formar futuros adultos e inevitavelmente a criar-lhes "traumas" (é inevitável) não há pais perfeitos, há pais atentos, pais cuidadosos, pais informados. E com as crianças todo o cuidade é pouco, travarão as suas guerras, claro, umas mais difíceis que outras e o nosso dever é prepará-los e ajudá-los a perceber as implicações de cada escolha que fizerem. 
Num mundo perfeito todas as crianças viveriam protegidas no seio de familias amorosas e a vida sería justa e tranquila e cheia de sorrisos.

6 de fevereiro de 2014

Selfies


As novas "selfies" cá de casa.
E outras para descontrair um bocadinho.

Vê lá se aprendes de uma vez por todas

- Mãe, a baleia da Drª Brinquedos chama-se Lua.
- Lula?
- LU-A! Lua com "T" de bacalhau!


Estes dias


Primeiro ficou ele constipadinho, ficámos em casa, fizemos puzzles, curámos a constipação. Dois dias depois fiquei eu, uma constipação daquelas, sem voz, sem cheiro, sem sabor, sem dormir e com muita, muita  tosse e muita dor de cabeça. Nem me lembro da última vez que apanhei uma assim. Quando me preparava para retomar a vida normal, volta ele com a febre. Cá estamos, sentados no sofá, enrolados na mantinha e a televisão nos desenhos animados.
 Não saio de casa há seis dias. 

4 de fevereiro de 2014

Em casa


Há quatro dias que não saio de casa, até a gata já saiu para uma vacina entretanto.
Estranhamente ainda não estou a dar em doida, talvez porque tenha a gata a fazer-me companhia, não sei. Relaxa-me vê-la dormir, acho que um gato a dormir é a imagem perfeita de como o sono deveria ser para todos nós...  por outro lado, talvez esteja mesmo a ficar maluca.
Estar constipada (muito constipada) em casa parece-me uma perfeita perda de tempo, há tanta coisa que queria fazer em casa, imaginei reorganizar os livros, por emails em dia, escrever no blog até mais não, cozinhar montes de coisas boas, ler muito. Depois fico quatro dias em casa e não tenho capacidade anímica para coisa nenhuma. Olho pela janela, fotografo as nuvens, os pingos da chuva, a gata, enrolo-me na manta e amaldiçoo a tosse que não me deixa forças para mais. As noites sem dormir também não ajudam, se calhar é por isso que reparo mais nos sonos da gata, tenho inveja é o que é.
O trabalho também me preocupa, fico cheia de problemas por faltar... fico a imaginar o trabalho a empilhar na secretária, as pessoas a torcerem o nariz por eu não estar presente (e a vontade que às vezes tenho de os mandar a todos... passear).
Somos tão pouco por nós às vezes, conseguimos colocar tudo e todos à nossa frente e se por um momento nos colocamos em primeiro, lá vem a cabeça fazer-nos sentir culpadas. Lembro-me de uma frase de Heinlein: " o homem não é um animal racional, é um animal que racionaliza".
A gata dorme, vou acordá-la e vou fazer o jantar.


Mudar de vida

1 de fevereiro de 2014

Os anos do papá



Este ano fomos só nós os três, o papá teve um bolinho de maçã que é o seu preferido. A gripe maluca da mamã não a deixa sair de casa nem tão pouco a deixa pôr-se com invenções, por isso, a tão desejada festa de que o piolho não parava de falar ficou adiada. Pai e filho merecem mais do que ficar "presos" em casa a servir uma mamã completamente ranhosa.
Parabéns papá queremos que sejas sempre muito feliz ao nosso lado. Sei que apesar de todas as condicionantes gostaste do dia e gostas muito de nós. Obrigada por seres o papá lindo que és.