30 de abril de 2012

Facas afiadas

Foi hoje.
Tinha decidido "apanhar" o Sr "amola-tesouras" e combinar com ele um dia específico para trazer tudo o que andava a morrer lá por casa (de lâminas, quero eu dizer).  No dia combinado (6ª feira passada), nada!  Mau! Quero dar a ganhar ao pequeno trabalhador e o pequeno trabalhador manda-me ir dar uma volta!
Hoje, dia propício (sem chuva) apareceu o homem da profissão, outro, o primeiro nunca mais o vi, e lá ficou o senhor a amolar ali à porta.
Agora, feliz da vida, lá vou eu com facas "novas" porque me irrita solenemente uma faca que não corta. É caso para dizer (literalmente) "lá vai ela para casa de facas afiadas!"

Decididamente...



... Benfica não é um bairro próspero em Street art.
Tirando um ou outro desenho mais... "infantil" (com todo o seu direito à existência), este foi o único que encontrei e mesmo assim, no dia seguinte (à fotografia), jazia já por baixo de uma camada de tinta branca.

Benfica tem outros encantos, tem casas e marcos com história, tem jardins, tem uma população a ficar muito muito envelhecida. E há de tudo, mesmo ali ao virar da esquina. Até há um "Continente" ao lado de um "Pingo Doce", mesmo ao lado.



29 de abril de 2012

Mães que pensam em tudo

Ler este post com o link da crónica, fez todo o sentido. Também por aqui há queixas sobre o assunto e por muito sentido que faça, cheguei mesmo a acreditar que o "problema" era meu e só meu.

Quem habita o carro de uma mãe - a mãe que não quer que falte nada ao(s) seu(s) rebento(s) e o rebento que é normalmente o responsável pelo estado em que o carro fica - sabe que ali existe todo um mundo, tudo o que pode alguma vez ser preciso, e muito mais.
Água, bolachas (muitas), jogos, livros (uma biblioteca), um cata-vento (muito útil), um ou dois balões, uma bola, autocolantes por tudo quanto é sitio (este tema um dia ainda vai dar um post), brinquedos, uma chucha suplente (que ele desconhece), um casaco, um chapéu, uma mantinha, uma almofada.... os cd's do Panda, claro...
Em resumo se algum cataclismo alguma vez nos apanhar na estrada, não se preocupem, poderemos sobreviver ali dentro durante algum tempo.

...
E já que falei no assunto, talvez valha a pena arranjar uma caixinha com umas fraldas suplentes e umas toalhitas...  :)

Em casa

Não foi só a chuva, a virose chegou em força na madrugada de 6ª feira. A reboque veio uma febre maluca que o deixou prostrado, sem vontade para nada. Valeu-nos o soro oral com sabor a laranja que nos deram no hospital senão estava até agora sem se alimentar.
Tendo em conta esta história ficámos os três dias sem sair de casa (ir ao hospital não conta).
Nos momentos em que o ben-u-ron ou o brufen estão em acção nem parece que se passa alguma coisa, a boa disposição salta e ele, uma criança feliz por natureza, brinca dança, canta, salta, corre.
E nem pudémos ir à festa de anos do A...

Ontem à noite, numa tentativa (bem sucedida) de afastar uma febre já mais baixa sem medicamentos concentrámo-nos nos desenhos, pinturas e recortes.
Peguei numa cartolina, desenhei e quando estava a acabar de recortar ele perguntou-me:
- "mamã, tás a fazer um cubo?"


Eu estava a tentar fazer uma surpresa, não falei em cubo nenhum...

"Espertalhufo!"

25 de abril de 2012

Queijadas parte II


Um bocadinho melhor mas.... "not there yet"!

O dia não está de sol



Há já algum tempo que queria fazer queijadas, queijadas de queijo mesmo, estavam lindas no forno mas só no forno. E não tinham que ficar lindas, tinham era que ficar boas.  É que eu às vezes invento e faço alterações, muito por razões de saúde (açucares, gorduras, etc) e depois... depois olha, é aquela velha formula da tentiva e erro. E um dia acerto (como tantas outras coisas na vida).
Vamos lá então outra vez.

19 de abril de 2012

Street art com muito orgulho

Banksy, Pavel e muitos outros são artistas fenomenais,  mas, street art que não fica nada atrás também nasce por cá.
Chama-se Alexandre Farto "aka" Vhils e pode ser vista aqui.

E eu não acredito que finalmente consegui escrever este post!

P183 - Street art

Do Banksy já aqui falei. De Moscovo para o mundo é Pavel, com o "nome de guerra" P183.

15 de abril de 2012

Ursinhos do nosso (des)contentamento


Juro, juro com todas as forças do meu ser que gostava de não gostar de gomas!
Adorava não gostar de gomas, aliás, adorava detestar gomas. Por todas as razões e mais alguma.

Não sei, não tenho memória de quando comi a primeira goma, nem onde, nem quando, nem coisa nenhuma. Lembro-me apenas há muitos anos, era eu miúda, a minha mãe me comprar no Califa uns tubinhos de quadradinhos coloridos de gelatinas (não me lembro da marca) embrulhados num celofane incolor. Penso que ainda existam no mercado hei-de inspeccionar.

Dizia eu que queria nunca ter comido nenhuma (goma).
Assim sendo, é natural que afaste o meu filho pequenino (enquanto acho que consigo controlar) de todo esse mundo. Sempre que exista a minima possibilidade de se lhe vislumbrar algo que seja de parecido, levo-o no sentido oposto. Até mesmo evitando que tal coisa entre cá em casa.

Por isso, pode-se imaginar a minha surpresa, aminha admiração, pasmo, horror até, quando ele, ontem de manhã chegou ao pé de mim todo sorridente e disse:
"- Mamã, quelo gomas!"

As cores na chuva



Eram sete e meia da manhã e a mãe natureza andava já atarefada.
Nunca me vou cansar de ficar a olhar para um arco-íris. Nunca me cansarei de os tentar fotografar até ter a fotografia perfeita e talvez nem aí pare de o fazer.
Há qualquer coisa de "apelativo" que me encanta todas as vezes.
E nota-se sempre mais a sua "duplicidade" quando se observa a fotografia.
Arco-íris, arco-da-velha, arco-da-chuva, arco-da-aliança. Na realidade não é um arco, é uma circunferência! E é simplesmente maravilhoso!

Uma noite muito agradável



A M já me tinha desafiado para o concerto de James Morrison, não fui, não "deu" (infelizmente). Mas ela não desistiu e há duas semanas voltou à carga:
"-Bora ver Luisa Sobral?"
"-Ah e tal, o meu G, e blá blá blá." - respondi.
Mas ela não se deixou ficar:"- O teu G sobrevive bem uma noite sem ti!"
Claro que sobreviveu!
Saí de casa com um misto de sentimento de culpa e auto-recriminação mas, com o passar dos momentos de boa conversa e boa companhia essa má sensação foi-se diluindo, e a boa disposição chegou para vencer.
Quem também chegou e venceu (e convenceu) foi Luisa Sobral.
A melodia, a voz, a música, a presença em palco, a tenra idade que se deixa adivinhar, a simplicidade inteligente dos cenários, a ligação forte e a referência à família, a confiança e o trabalho e principalmente, o que me encantou, a ausência total de deslumbramento. Espero que se mantenha, é bom ver uma certa inocência, fica-lhe bem.
Desejo que lhe corra bem e que consiga fazer o percurso que sonhou porque merece.
Gostei muito. Foi muito bom!
Obrigada amiga pelo "desafio". Obrigada pela noite.
Estou até agora a cantar "Ó Xico, ó Xico..."

14 de abril de 2012

100 anos


Confesso que hoje tem sido um prazer cada vez que tive que recorrer ao Google.
(Não que não o seja das outras vezes).

10 de abril de 2012

Hoje como nunca

Tive a sorte, uma sorte tremenda de crescer numa época de muitas dificuldades, uma época em que a própria vida, pouco dada ao sustento de vícios, nos ensinava o que era ou não pemitido ter, nos ensinava o que era um mealheiro e nos permitia, por vezes, vê-lo crescer. Numa época em que as dificuldades eram o impulso, a força motriz para ir à luta, sabendo sempre que a recompensa (fosse de que tamanho) chegaria, porque nessa época de grandes dificuldades caminhava-se em direcção a algo, o futuro por longe que estivesse, esperava por nós.

Não sei se sou só eu, mas não vejo solução para os tempos que correm, permanecendo neste caminho.
Num país em que cada vez mais o trabalho vale menos, em que a cada dia se tem menos capacidade de suportar a carga crescente.
Três quartos da despesa total do estado são salários e prestações sociais. Um trabalhador com um ordenado de mil euros, desconta cerca de cem para a segurança social e a entidade que o emprega, cerca de duzentos (237,5€). Este trabalhador "fornece" uma reforma... daquelas que não permitem sobrevivência!

Com cada vez menos população activa, conseguiremos nós imaginar onde se vai buscar o dinheiro para pagar aquelas pensões e salários milionários?
Isto faz algum sentido?
Cada vez mais empresas a serem esmagadas com cargas fiscais incomportáveis. Cada vez mais empregar fica mais caro.
E tanta gente a viver tão mal!

Eu sei que é fácil criticar e dizer mal mas não tenho sugestões que não passem por colocar limites de velocidade às loucuras do "eu quero, posso e mando". Pensões (plural) brutais num país pobre, pobre de políticas, de acções, de vontade...
Todos as regras que se tentam "impôr" são sempre a partir "dali", dali para a frente, "medidazinhas de encher chouriço", não há retroactivos, não se retroage para não melindrar regalias adquiridas e quando assim não é abrem-se excepções porque isto de dinheiro é sempre pouco principalmente para quem tem muito. E os outros? E aqueles cuja regalia única era um emprego? Ah sim, esses estão habituados a viver com pouco.

Assusta-me, tenho um filho pequeno e não consigo ver o caminho à frente. Não tenho um ordenado milionário, trabalho sim, mas nada é certo e assusta-me ver-nos neste caminho a empurrar o problema com a barriga, a soprar cada vez mais no balão.
E chocam-me as histórias  e estatísticas diárias, e chocam-me os suicídios em desespero. E tento pensar que estamos noutro momento de transição, que passaremos tudo isto e renasceremos mais sábios e mais fortes. Sei que o velho tem que morrer para dar lugar ao novo. E sei que o tempo para isso é o necessário para o sangue novo preencher o espaço do pensamento velho... E sei também que o tempo é linear. Um dia atrás do outro, com o tempo que o tempo tem.

E choca-me a falta de respeito pela vida, adolescentes a venderem os seus próprios orgãos (rins neste caso) para comprarem um computador ou um telemóvel, chocam-me os suicídios (ou tentativas) de actores em palco... em pleno palco!
Estaremos todos loucos?
Banaliza-se tudo, já nem notamos a violência dos momentos, dos actos, das palavras em cada esquina, em cada casa, em cada escola.
Tudo é "normal" já nos habituámos a ver de tudo...  Já nem ligamos.

Tive uma sorte tremenda de crescer numa época de muitas dificuldades que nos fizeram sentir na pele o que era ou não possivel ter. Numa época em que a boa educação e o respeito por nós próprios e pelo próximo era uma ferramenta eficaz e um motivo de orgulho para o próprio e para a família. E a outra educação, a que se aprendia na escola, era a chave de ouro para a porta de um futuro melhor.
Numa época e num meio que não perpetuava ou mesmo permitia nada que não fosse trabalhar para ter, para fazer, para poder.
Saber até onde se pode ir e principalmente priscindir do superfulo , abdicar do que não faz falta, isso faz toda a diferença.

E não, não acho que antigamente é que era bom, antigamente é que se aprendia a viver.

9 de abril de 2012

Páscoa Feliz












Que sorte meu amor, que sorte que eu tenho de te poder proporcionar a ti dias de natureza. Espaços com pedrinhas, com muros pequeninos para tu trepares. Nestes espaços que a natureza invade sem pedir licença, as gatas e as patas juntam-se na maternidade, os cães são os melhores amigos dos meninos, os ninhos fazem-se de fios coloridos no meio dos blocos de cimento, a paisagem tranquilamente cuprimenta-nos e as lesmas passeiam-se sem pressas.
E no final do dia, a melhor comida cozinha-se nos tachos mais antigos.

2 de abril de 2012

Cada vez mais...

...se quebram barreiras.
Inspirador, no minimo.
Aqui e aqui.
Os nossos limites somos nós próprios que os criamos.