28 de novembro de 2013

"Acção de Graças"

Ontem no carro, não sei bem como começou a conversa, eu e o meu pirolito falávamos de gratidão, de estarmos gratos.
Tentava que ele percebesse o que significa estar grato e ele dizia-me enquanto percorríamos a auto-estrada:
- Estou agradecido pelos sinais e pelos semáforos senão não conseguíamos chegar a casa.
Chegámos à portagem e ele continuou:
- Estou agradecido pela portagem...
-Ó G, pela portagem?
- Sim, senão como é que pagávamos?

Seguiu-se uma conversa mais ou menos profunda sobre as verdadeiras razões pela gratidão, o que sentimos em relação a algo e o que essa existência acrescenta à nossa vida. Se não existisse portagem, não pagávamos.

Envolvidos na vida, nas dificuldades do dia a dia destes últimos tempos, não temos tido muitas razões para estarmos gratos.
Não me considero uma pessoa pessimista por natureza, mas acredito que nestes tempos interessantes que se vivem, o pior está ainda para vir. Mas das grandes depressões emergem grandes soluções, reequacionam-se valores e atitudes e descobrem-se novos rumos, São os ventos da mudança, talvez o tempo de passar o testemunho e deixar uma nova geração fazer o trabalho. Quando se toca no fundo o único caminho que resta é para cima.
Temos ainda um longo caminho a percorrer, até porque todos juntos como sociedade ainda não chegámos ao consenso, não temos ainda valores comuns em consonância com o degrau seguinte na escada da evolução, subsistem ainda muitas diferenças, mas, o tempo de dar graças chegará um dia e numa época de energias renovadas compreenderemos finalmente.
Haverá coragem para dar graças pelos tempos que se vivem?

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