4 de setembro de 2012

O primeiro dia


Foi uma frente unida (só podia, não é?) que todos armámos para este temível dia.
A criança foi "bombardeada" (mas sem exageros!) com frases de encorajamento para encarar com agradável expectativa a mudança de escola. E ele ía feliz, e quando viu o escorrega enorme ficou ainda mais feliz.
Tentei disfarçar ao máximo a minha angustia (de mãe), viémos a cantar pelo caminho e rimos e foi tudo muito leve e agradável. Só foi pior quando falou no L (melhor amigo) e na G... disse-lhe que eles estavam noutra escola (não menti) e mudei de assunto rapidamente.

Seguimos directamente para a entrada (sem passar pelos baloiços), à porta a desconfiança instalou-se e dali não quis passar. A educadora veio ter connosco para o encorajar a entrar, e nada.
Com muita tranquilidade peguei-lhe ao colo com a promessa de que lhe faria companhia ainda durante algum tempo, lá fomos. Ficámos a saber que a sala dos três anos é a sala dos sapinhos, toda em tons de verde. Lá dentro a auxiliar e mais três meninos. O D e o P vieram trazer-lhe carrinhos e ele lá foi ver a caixa dos brinquedos.

Vou saltar a parte em que tive que me vir embora porque ainda que ele tenha sido levado para ver o cão (a escola tem um cão!), as lágrimas eram muitas (as dele porque eu consegui disfarçar) e ainda fiquei uns minutos no carro a tentar recompor-me.

Perto da hora do almoço a educadora já me dizia ao telefone que nem parecia que era o primeiro dia numa escola nova.
As nossas cabeças (adultos e crianças) são tão diferentes e ainda bem. A nossa experiencia de vida e medo de sofrer e principalmente querer evitar-lhes todo o tipo de sofrimento é que estraga tudo. Sofrer é inevitável, faz-nos crescer e isto não é sofrer, isto é mudança. Mudar é sempre bom.
À tarde a caminho de casa pediu-me para ir outra vez para a escola :)

Hoje ficou aos saltinhos de alegria porque íam fazer uma pintura.
Ah (suspiro!) esta vida de mãe é uma corrida de obstáculos mas com toda a certeza, de bem mais de 3000 metros. E agora, entre barreiras, retomo um bocadinho o fôlego.

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