Têm sido umas semanas de adaptação, ajustes aqui e ali e algumas coisas vão ficando para trás ou simplesmente, numa tentativa de não excluir coisa nenhuma, a atenção ao pormenor não tem sido a mesma.
Nos tempos de adaptação há alturas mais fáceis que outras e o truque é não nos deixarmos afectar pelas coisas pequenas. Só que, não é fácil.
Sendo uma mãe dos tempos que correm (pertencendo à geração a que pertenço) em que queremos poupá-los a tudo e a todos, queremos que sejam crianças acima de tudo, felizes, a verdade é que há coisas que têm que ser eles a passar e é absolutamente insano achar que os podemos fazer felizes 24 horas por dia e 365 dias por ano - estaríamos a criar monstros - mãe que é mãe ou pai que é pai não deixa de criar um bom trauma à sua criança.
Mas quando nos pedem algo, tentamos dar, certo? Desde que não nos peçam a Lua (e mesmo assim...)
Sei que o G gosta da escolinha nova, sei que gosta da A (a educadora) e sei que gosta dos amiguinhos que faz a cada dia. Nos dias melhores, no caminho para casa pede-me para o levar de volta à escola, nos outros dias não quer ir. E eu tento incentivar, "ir para a escola, aprender coisas novas, e brincar com os amiguinhos é tão bom!"
Ontem à noite perguntou-me porque é que não podia ir para a outra escola onde estão a G e o L, e eu, cá dentro ouvi: "porque é que não posso ir para onde era feliz, onde estão os meus amiguinhos de sempre, onde eu pertenço?" E morri um bocadinho.
Prometi-lhe que nos anos dele convidaríamos a G e o L para um lanchinho e ele ficou mais animadito.
Hoje, hoje já era outro dia e ele lá foi, meio sem vontade, e eu "digo-me" que é segunda-feira e que à segunda-feira custa em todo o lado. E ele levou o Cuquedo que sabe de cor e salteado (e talvez porque lhe abafe um pouco a saudade) e lá ficou de lagriminha no olho com o livro preso debaixo do braço. Eu tive que me vir embora.
Porque é que custa tanto?
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