14 de julho de 2012

Orgulho (sem preconceito)

Para haver desilusão implica ter havido uma ilusão, e a primeira é tanto maior quanto maior for a certeza de determos a verdade.
Não há verdades absolutas, o que é verdade para mim não o é para outra pessoa e o que é verdade agora não o será amanhã. As verdades absolutas (até as científicas) são tão pequenas quanto os corpos a que se aplicam e a ciência avança. Na física o que é verdade neste nosso planeta não o é certamente no todo da galáxia ou no universo, por todas as variantes e por tudo o que desconhecemos.
Mas estou a deixar-me levar pelo assunto.

Foi uma semana cheia, difícil, esgotante mesmo. Os contornos dos acontecimentos não interessam (não interessam mesmo) mas, suponhamos que queremos que uma pessoa deixe de ter determinado comportamento ou deixe de fazer determinada coisa que não é boa para ela nem para os que a rodeiam. Faz-se uma "intervenção", usam-se todos os argumentos, aplicam-se - já em desespero - uns quantos golpes baixos, e nada. O intervencionado começa a ficar extremamente irritado e começam os "confrontos", diz-se o que não se quer, faz-se o que não se deve, e no fim, no fim a pessoa continua a fazer o que sempre fez e todos os outros à sua volta, esgotados, viram costas em desilusão.

Em questões de orgulho ninguém ganha, ninguém tem razão porque o orgulho por si só é uma (mais uma) manifestação do medo. Ninguém quer perder.
Querer modificar uma pessoa é uma forma de orgulho e a desilusão também o é.
Quem é que me diz que eu tenho razão? Cada pessoa é como é e cada pessoa faz as escolhas que quer fazer. As pessoas são tão perfeitas quanto o conseguem ser a cada momento, e a minha perfeição é tão... perfeita quanto a do outro, só temos é formas diferentes de sermos e de nos exprimirmos.
Para o outro a verdade dele é tão importante quanto a minha o é para mim. Os pontos de vista são diferentes e igualmente importantes. É preciso colocar a individualidade acima da personalidade.

Agora já sei, são guerras surdas, ninguém ganha. O orgulho quer ter sempre razão seja a que custo for. Valerá a pena?
Talvez no fim se fique a conhecer o(s) outro(s) melhor, até onde conseguem ir nessa disputa pelo poder, do que são capazes, de como encaram a forma como tudo termina.
Bom, as palavras parecem bem mais assustadoras e até parece que houve para aqui uma desgraça qualquer. Nada disso, está tudo como sempre esteve, nada mudou. O processo é que foi necessário para... se calhar, para escrever este post, e acredito que para nos fazer a todos nós reflectir um pouco sobre tudo o que se passou.

1 comentário:

ideias caídas das nuvens