Recebeu Felicidade de nome e com todas as agruras da vida, tentou por tudo viver a vida fazendo jus ao nome.
Criou um filho sozinha e encontrou no seu coração força suficiente para o ver partir para a guerra. E quis a vida que o visse regressar.
Conheceu o trabalho a vida inteira.
Não comia porque não queria ser gorda
Lia todos os dias o jornal (sem óculos).
Esperou pelo bisneto e seis meses depois deixou-nos, no ano passado.
A história da minha avó não se resume só a estas linhas.
No Portugal dos anos 20 havia fome, miséria e doença. O pai, o chefe da família mantinha tudo e todos na ordem, era dos poucos homens na terra que sabia ler. Incutiu o respeito, o sentido do trabalho e responsabilidade aos seus. Tem seguido em linha recta.
No Portugal dos anos 20 havia fome, miséria e doença. O pai, o chefe da família mantinha tudo e todos na ordem, era dos poucos homens na terra que sabia ler. Incutiu o respeito, o sentido do trabalho e responsabilidade aos seus. Tem seguido em linha recta.
Mesmo assim a história da minha avó não se resume a estas linhas.
Deixou-nos a meu ver, cedo demais. Nunca foi uma pessoa difícil, mesmo no fim, quando a idade já só nos permite voltar a olhar para o próprio umbigo, mesmo aí, nunca ultrapassou "limites".
Lúcida e de memória intacta. Tenho pena que não tenha desfrutado mais tempo da companhia do bisneto, sei que o desejava muito, ainda para mais, um menino como o seu.
Sei que onde ela está, nos vê a todos bem melhor, que está tranquila e já não sofre de dor física alguma.
90 anos. Parabéns Avó.
Temos saudades suas.
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