Sou uma privilegiada.
Sim, tenho uma sorte imensa em ter a vida que tenho e em ter nesta minha vida, as pessoas que nela habitam - família e amigos.
Quando temos um filho, é e será o nosso bebé para o resto da vida, nunca conseguiremos vê-lo com outros olhos.
Lembro-me da minha avó, pouco antes de falecer, falar ainda com o meu pai como se ele tivesse 4 ou 5 anos, ou de uma tia-avó que tenho, falar com todos os sobrinhos (que já são eles avós), como se fossem todos crianças mal comportadas. Confesso que presenciar este tipo de situações funciona como "revelação" e isso permitiu-me há já algum tempo o distanciamento necessáro para conseguir analisar e tecer todo o tipo de considerações sobre a vida...
Lembro-me também de ter o meu filho recém-nascido nos braços, de o observar e de me deixar assaltar por um quase pânico por ele ser tão pequenino, e por toda a protecção que necessitaria até ao fim da vida, e imaginá-lo passar por todo este difícil percurso de crescer, mais difícil ainda, ser adulto e chegar à velhice e estar só, sem ninguém para o proteger... pois, aqueles dias que se seguem a um parto são, estranhos...
Mas isto porque, os nossos bebés serão sempre isso mesmo, os nossos bebés. E é natural que quando se tem filhos, se faça o exercício de analisar toda essa relação aplicada a todos os que nos são próximos.
Sei que sou e serei sempre a menina pequenina dos meus pais, mesmo com 40 anos, não há como mudar esse... dogma (sim, é uma verdade absoluta).
Por essa razão, ontem até tive direito a prenda do dia da criança!
Não há palavras.
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