15 de abril de 2011

Hoje

Hoje resolvi andar de Eléctrico.
Era cedo, tinha tempo e lembrei-me de matar saudades de algo que já não fazia há muitos anos, e depois, a viagem de Alcântara até à Baixa leva-nos bem por dentro da cidade velha (velha mesmo) o que também tem os seus encantos.
Munida de boa disposição, espírito poético e vontade de disfrutar da cidade lá embarquei no Eléctrico nº 15.
Percebi logo à entrada que não compraria o bilhete ao motorista, "agora" ( um "agora" muito relativo, claro) o motorista habita sozinho uma cabine que o protege e isola do resto dos mortais.
Meio aparvalhada procurei por algo ou alguém a quem pagar a viagem. Ninguém á vista. Comecei a sentir-me desconfortável, o Eléctrico já em andamento e eu ali, clandestina, sem pagar.
Uma senhora percebeu a minha "aflição" e fazendo sinal lá me indicou uma maquineta de pagamentos. Agradeci.
Com um "scuso" (italinhês ou portugliano) afastei dois italianos estacionados em frente à máquina. Procurei botões, informações e lá carreguei na "tarifa de bordo". Acho que a máquina até tremeu de prazer, e em todo o seu explendor exibiu em caracteres luminosos: "valor a pagar: 2.50€".

Pois é, o estado está falido mas os senhores que presidem e decidem nas empresas do estado esquecem-se que o estado somos todos nós .
Os Eléctricos não podem existir só para "sacar" o dinheiro dos turistas (porque é tipico, porque é tradicional), nós também precisamos dos Eléctricos. Sim, há o passe, eu também uso passe (não o da Carris) mas ás vezes, se posso, se tenho tempo e se me é possível aliar o útil ao agradável, faço-o, mas bolas, 2.5€ para andar um bocadinho de Eléctrico, parece-me demasiado (isto já para não falar das greves e das dívidas destas empresas ao estado, fica para outro dia, quando eu estiver bem irritada com os combóios).

A minha boa disposição ficou um bocadinho abalada mas estava feito e tentei não pensar mais no assunto.
É tudo tão diferente, estes "comboios" novos não se deveriam chamar Eléctricos (mas não tenho sugestões), são autenticas lagartas articuladas que deslizam por todo o lado.
O botãozinho da paragem é ao lado da porta , e há um intercomunicador para falar com o motorista (no meu tempo não havia nada disto)... mas há uma advertência: não abusar (por outras palavras porque senão o povo que ainda paga 2 euro e meio pode melindrar-se e deixar de viajar no troléi)
Tirei fotografia, claro.
Meu Deus, estou a ficar  tão... suburbana.


1 comentário:

  1. ...ainda sou do tempo em que com o Passe (Social) se podia andar no elevador de Santa Justa!

    ResponderEliminar

ideias caídas das nuvens