28 de abril de 2011

Carta aberta à pessoa que me roubou a máquina fotográfica

Fique, primeiro que tudo, a saber que me roubou um instrumento de trabalho, que me roubou algo que diariamente me ajuda a compreender e a transmitir o que percebo no mundo que me rodeia, mas não me despojou de um objecto valioso.
De precioso levou memórias, memórias da minha intimidade familiar, do meu filho, de pensamentos e emoções traduzidos em imagens. Mas tenho para mim que a perda de saúde de um dos meus, que, não tendo nunca comparação, seria sempre milhares de vezes mais difícil de suportar.
Espero sinceramente que a pequena máquina corresponda a todas as suas expectativas, que o acto em questão o deixe dormir descansado, principalmente se isso o impedir de roubar ou magoar (mais) alguém.
Lamento que os seus pais tenham falhado tão redondamente  na transmissão de valores. E não sendo só esta a nossa diferença, saiba que no meu "pequeno" mundo, coabitam integridade, compreensão e amigos verdadeiros. Quantos dos seus amigos/familiares numa situação inversa, correriam para si de máquina na mão a dizer "fica com a minha"?
No meu mundo, dois!

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