São as correrias de deixar tudo pronto a tempo e horas.
De estar com os amigos de quem nos lembramos sempre mas que nestas alturas lembrança é mais sinónimo de presença física, de dizer olá cara a cara, de vir dizer ao outro que a amizade permanece para além da escrita. Os amigos que o tempo ou a distância afastou mas que na memória permanecem imutáveis e presentes, de quem sentimos falta mas a quem ainda podemos falar, é preciso lembrar que para estes ainda vamos a tempo.
As correrias da época e os locais apinhados denunciam também o tal do "consumismo" que a crise se propõe sanar. Mas, principalmente agora, logo agora, dar um presente pode ter todo um novo significado. No meio da luta e dificuldades diárias, poder proporcionar uma alegria a uma criança, é também um acto de amor, porque para quem dá, o amor também está presente no esforço daquela compra, e o amor retorna no sorriso e na alegria.
As correrias de preparar tudo, para faltar o menos possível, na casa, na mesa onde a familia alargada se vai reunir, a comida e a bebida que acompanharão a partilha. Casas e mesas de família onde as mãos de quem sabe (ou de quem quer saber) dão formas e sabores que alimentam os sentidos e os desejos.
As correrias da antecipação da alegria, do reencontro, do convivio, deixam-nos sem tempo para muito mais. Ficamos sem tempo e ficamos cansados mas esquecemos as coisas menos boas e ficamos felizes.
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