7 de novembro de 2012

Desmistificar "pré-conceitos"

Cada um de nós, nesta realidade, neste tempo, neste país, e eventualmente em cada família a que pertence, tem o direito e a sorte de ser  livre de acreditar naquilo que quer. No entanto, muitos não falam daquilo que gostariam por receio de critica ou mesmo de "marginalização"(pois, é uma palavra forte mas por vezes é o que acontece) dentro da comunidade (casa/família/trabalho) em que se inserem. Resta-lhes um ou outro amigo em quem confiam e a sempre presente internet onde alimentam a fome de conhecimento.
Não me refiro a nada de esquisito (para mim), embora este parágrafo seja válido para todos os tipos de coisas, boas e más.
Passo a explicar:
Gosto de Astrologia, acho muita piada a numerologia, ao tarot já acho uma piada "intermédia", não me fascina por aí além porque também não tenho conhecimento suficiente. Das Runas o meu conhecimento é pouco, ainda não tenho ideia formada.
Gosto de Reiki. Acredito piamente que andamos aqui nesta vida e que voltaremos na próxima, e na outra e na outra depois dessa, assim como já cá viémos uma série delas.
São coisas que podem ou não fazer sentido de acordo com o conhecimento que procuramos sobre elas. Somos livres de o fazer se assim o entendermos e desejarmos.

Este post vem na continuação da Palestra de Astrologia que postei aqui há uns dias.
Não estudei Astrologia, não creio que alguma vez o venha a fazer, mas nunca se sabe... e gostava de dizer umas coisas sobre o assunto, coisas que fui "apanhando" ao longo dos tempos, pela convivencia, pela amizade, pela curiosidade e pela conjugação de vários temas que ao fim de algum tempo nos aparece em frente aos olhos e então faz-se luz.
O Astrólogo há muito que deixou de ser o velho de barba branca debruçado sobre uma mesa de toalha escura. Deixou o bastão e o chapéu de lado, iluminou a sala e é uma pessoa igual a qualquer outra mas com uma percepção mais atenta da realidade. É uma pessoa que não raras vezes se encontra debruçado sobre um ou mais livros, e que para conseguir chegar ao ponto de ajudar e alertar quem o procura, tem que questionar e compreender a fundo para poder conseguir explicar exactamente. E é um ser humano.

Mais uma vez, não sou astróloga e, como leiga na matéria, talvez possam acompanhar-me neste meu raciocínio.
Aprender uma definição num livro já não é suficiente, se não lhe pudermos juntar o ensinamento da prática (a tal escola da vida) então, temos que procurar complementar o conhecimento entrando por outras áreas. Só assim construímos  bases fortes de sustentação para permanecermos de pé por todo o caminho.
Faz falta, às ciências exactas, um lado mais metafísico, uma porta ou uma janela aberta à parte  não racional. Deve haver espaço para mais. O contrário também á válido, claro, há que compreender, aceitar  e principalmente aproveitar os vários caminhos à disposição.
A Astrologia é um bom exemplo disso, os clássicos gregos e a mitologia providenciaram nomes, histórias, características, símbolos e arquétipos que fazem todo o sentido. A  Astronomia (-nomia) ajuda a compreender o "funcionamento" dos astros. A física explica os movimentos, atracções , gravidade, etc. A religião (em todas as suas vertentes) dá no seu conjunto a abertura  para uma consciência diferente.
Há uma complementaridade (na vida) que não pode ser ignorada. As partes são essenciais ao todo, complementam-se e trazem a luz, a informação, a verdade. É assim em tudo na vida.

Com a Astrologia aprendemos que existe uma chave, nascemos num determinado momento e determinado sítio que estão sob determinadas influências (assim como nascer numa determinada família  exerce uma determinada influência sobre nós). Passamos toda a vida com a chave na mão à procura do caminho que nos leve à porta certa. Se tivermos a sorte da nossa cabeça nos permitir pensar "fora da caixa" e nos permitirmos procurar as verdades que nos dizem respeito, talvez consigamos perceber que a chave e a porta estão em nós. Nós somos a chave para a nossa própria evolução. A responsabilidade é nossa. E esta responsabilidade significa o poder de introduzir a mudança (na nossa vida).

À falta de um fio condutor mais metafísico, podemos sempre fazer uma pequena análise sob um ponto de vista mais... racional.
Falava há pouco (lá atrás) sobre a "interligação" que cria fortes bases de sustentação, vejamos a Astronomia com a história e a ciência/fisíca.
Júpiter, por exemplo. Na Grécia clássica Júpiter (Zeus na Grécia, Júpiter é o equivalente romano) era o "rei" dos Deuses e dos homens, o rei justo, o protector da terra, o deus da abundância, o que manda expansão. As suas virtudes: a lei, a moral, a verdade, a ética. É o Juíz supremo O Arquétipo: o pai, o protector, o grande benemérito. O símbolo: a alma ao lado do homem (nem acima nem abaixo).
Em Astronomia, Júpiter é o maior planeta do sistema solar, sempre permaneceu e permanece um protetor da Terra. Júpiter tem um imenso campo magnético, uma força gravitacional tremenda que absorve  muitos dos corpos que viajam para dentro do sistema solar preservando a terra de muitas colisões, uma autentico "anjo da guarda".
Cada um de nós nasceu num momento único de posicionamento dos planetas, e a carta astral representa esse momento, é o desenho/representação do céu no momento do nosso nascimento.
Sendo cada um de nós o tesouro, o centro do próprio mapa, estamos sujeitos  às energias de todo o sistema solar sobre as energias do nosso nascimento. Confuso? Não, é como se em vez de um interruptor tivéssemos um regulador de intensidade na nossa lâmpada, e conforme a passagem de certas influências (maior intensidade de corrente) a lâmpada brilhe mais ou menos.
Júpiter em trânsito pelo céu (mapa) de cada um, vai, como qualquer outro planeta, influenciar-nos  de acordo com as suas características. Assim, júpiter, quando passa , aumenta intensidades, expande (pela positiva) ou exagera (pela negativa). Com júpiter nada é pequeno. Júpiter com bons aspectos (boas influências dos outros planetas) revela os valores mais elevados do homem. Júpiter rege o signo de Sagitário, a alegria de vida, o prazer de viver, o perseguir a verdade maior, a busca espiritual. Um "sagitário (positivo)" é um mestre que guia os outros pelo caminho da verdade maior, é um professor, é a alegria. Pela negativa, é uma pessoa com a mania que ele é que sabe, é o autoritarismo.
Isto são linhas gerais, claro. Depois os outros aspectos poderão camuflar, esconder, aumentar, etc. E veio o Sagitário à baia porque queria falar de Júpiter...
Por exemplo, Plutão (para não falar só de um) é o planeta que mais se afasta do sol. Tem uma orbita excêntrica, tem uma intensidade máxima. A área do mapa onde ele "aparece", é (em termos gerais)onde se investe mais na vida. Plutão é a necessidade de controlar até percebermos que temos que nos transformar a nós próprios. É a maior capacidade de transformação.
É o último planeta, representa a fronteira entre o conhecido e o desconhecido). É o desconhecido absoluto, sendo o mais afastado do sol, representa a nossa parte mais escura. Plutão é um arquétipo coletivo - ódio ou admiração coletivas. A Alemanha Nazi ou a caça às bruxas na idade média são dois bons exemplos. Plutão é a morte do ego e o nascimento para a liberdade. Como último planeta do sistema solar, uma das suas características é levar as coisas ao extremo. Plutão é tudo ou nada. É Poder, Intensidade e Profundidade. Pela positiva usa esta capacidade para se transformar, para saber quem é. Pela negativa, tenta manipular e controlar os outros, intenso e obsessivo.

(pausa para respirar e avaliar o que foi escrito até aqui)
Se conseguiram chegar com a leitura até aqui, parabéns... eu às vezes deixo-me levar pela conversa.
Mas é fascinante (certo?), e quanto mais se sabe, mais vontade tem de se saber sobre tudo o resto. Mas dá trabalho e é preciso muito tempo e dedicação.

Li muita coisa para fundamentar o que aqui tenho escrito porque não sendo da área tenho que ver se não escrevo disparates. Confesso que procurei e retirei muita coisa da net, naquelas altura em que andamos mais virados para assuntos específicos, e porque já fiz isto há algum tempo,  não faço a minima ideia das fontes... Sei que fiz busca normalíssimas, pelo nome dos planetas, por trânsitos de planetas. A maior parte da informação vem do Brasil mas já se vai encontrando informação muito boa feita no nosso país. A minha principal fonte são as conversas com o Astrólogo (himself), a Palestra de dia 17 é um excelente exemplo.

Fazer este testamento todo para quê? Porque às vezes vejo o "pré-conceito" a dançar por aí, a impedir que as pessoas prossigam na sua busca de conhecimento, às vezes o caminho que nos pode levar a encontrar esclarecimentos sobre nós próprios e ajudar em determinadas áreas, pode estar em ler algo do género. De um qualquer texto escrito por alguém que faz ou diz coisas "esquisitas", pode vir um novo caminho que nos leve a uma luz que nos ilumine para o resto da viagem.
E quantas vezes o preconceito é incutido, quantas vezes se fazem juízos, se emitem opiniões porque  sempre se fez de determinado modo? Vivemos pressionados pelas nossas crenças, pela nossa teimosia. A Astrologia explica bem isso.

E peço desculpa pelo exagero, devo ter Júpiter a passar pela casa "das letras"...

2 comentários:

ideias caídas das nuvens