Andava mentalmente a ensaiar um post sobre aqueles e-mails que por aí se propagam onde nos aconselham a todos emigrar.
Estava eu tentada a escrever algo que rebatesse tal atitude, não que discorde, mas porque é o nosso país, porque não lutar por ele? Que herença deixamos nós aos nossos filhos?
E depois, numa bela manhã (desta semana), entram-nos portas adentro os fiscais de execuções, seis!
Um antigo funcionário da empresa que já cá não trabalha há mais de 2 anos (de seu nome Pedro Félix) pregou um calote de 15 mil € a alguém, e mesmo por várias vezes informando as finanças que essa pessoa já não fazia parte da empresa e que, quando fazia, o salário que auferia não era penhorável (porque a lei existe e cumpre-se), mesmo assim, espetaram o "crachá" de... fiscal(?) na cara de quem lhes abriu a porta. E entraram.
De tudo o que viram penhoraram as duas fotocopiadoras (velhinhas, velhinhas) e procuraram por tudo e mais alguma coisa a que pudessem deitar a mão. Só que por aqui a marca do mobiliário é mesmo Office Center e não há cá tapetes persas nem máquinas Nespresso.
Saíram, meteram-se nos seus Lexus e M3 (BMW) descapotável - ninguém me contou, eu vi - e lá foram eles, felizes da vida por mais uma tarefa cumprida, e vieram 6 fazer um trabalho destes.
E por aqui ficou no ar uma sensação de impotência, de desamparo, de vontade de baixar os braços... de desistir deste país! Não temos ajudas nenhumas, quem nos deveria proteger e ajudar só nos lixa e empurra para baixo.
Uma empresa que paga balurdios mensalmente em impostos e segurança social, que sustenta uma boa quantidade de gente que está do outro lado a tentar penhorar-nos o futuro, que dá emprego a cerca de 100 pessoas...
Talvez fosse melhor mesmo fecharmos a porta.
Talvez fosse melhor mesmo irmos todos comer à custa. Vem aí o Verão e podíamos ir todos para a praia e no final do mês viria o subsídio e esfregaríamos as mãos de contentes e não teríamos nem metade, nem um terço das chatices.
Que desilusão!
O pior foi o ar, a cara de pau, a sem vergonhice.
Humildade nos actos e nas palavras também é preciso. Ja´para não falar na justiça, por cá ela não é só cega como também não quer ver e não quer nem saber.
Gentinha medíocre que faz deste um país pequenino.
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