A minha mãe ao colo da mulher fantástica de quem escolheu nascer |
Hoje sou mãe e filha ao mesmo tempo e por incrível que pareça, não consigo dissociar uma coisa da outra.
A criança nasce ("se tiver sorte") no seio acolhedor da família. É o centro e alvo das atenções, do carinho, do amor, da esperança, da dedicação, do futuro, dos pais.
Cresce assim e aprende que só ela (criança) importa. Não existe mais nada nem ninguém para além dela.
Ser filho é primeiro ser egoísta, ser o centro do mundo e exigir dos pais nada mais do que issso.
Os filhos são egoístas, eu sei, não sou excepção, e só quando me tornei mãe é que compreendi verdadeiramente certas coisas, coisas sobre as quais a teoria se encarrega de chegar primeiro na esperança de nos preparar minimamente (sem êxito, diga-se de passagem). Mas o mais importante só se aprende vivendo.
Começamos por colmatar todas as necessidades, caprichos, vontades, desejos e depois passamos o resto do tempo (até à idade adulta) a tentar pôr em prespectiva e numa ordem "exacta" cada uma dessas coisa - a parte mais difícil.
Trabalhar e esperar que dê frutos, que a criança cresça e se torne num ser humano integro, honesto, carinhoso, solidário, feliz. E no processo quando as coisas correm menos bem, tentamos pensar como foi que as nossas mães fizeram. Mas não há maneira correcta, todas as mães são diferentes e todos os filhos também.
Os filhos são egoístas, dizia eu, e só quando se tornam pais e direccionam todo o seu viver para aquele pequeno ser que lhes aparece é que "a ficha cai".
Diz a justiça poética que agradecemos aos nossos pais o que foram para nós, sendo tão bons ou melhores pais para os nossos filhos. Diz a teoria que é assim que a coisa funciona. Mas a teoria é a teoria e provavelmente só compreeenderei a sério esta frase quando vir o meu filho a ser pai.
A verdade é que mãe nenhuma espera nada em troca a não ser a felicidade e humanidade da sua cria.
Todas nós sonhamos que os nossos filhos sejam grandes homens e mulheres. Que sejam acima de tudo felizes do princípio ao fim (e de preferencia sem traumas de infancia), queremos que eles cresçam suaves, sem espinhos por dentro ou por fora.
Mas não somos perfeitas, todas apostamos em fazer o melhor, em dar o melhor de nós e, então, amamos incondicionalmente porque somos mães e a tarefa da geração anterior ficou cumprida, porque de egoístas passámos a altruístas.
Por isso, Obrigada Mãe, reconheço hoje, melhor que ontem, toda a dedicação, obrigada pela paciência.
Eu não me lembro, mas dizem que (ainda no outro lado) escolhemos os pais e a família em que vamos nascer porque são quem nos vão proporcionar as lições que precisamos para aprender e evoluir. E apesar de eu achar que não evoluí muito, a verdade é que lições eu aprendi. Por isso, mais uma vez, obrigada por seres que és, obrigada pelos traumas :) Hoje sou quem sou pelo que me ensinaste ao longo da vida.
Tu sabes, gosto muito de ti.
Feliz Dia.
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