2 de dezembro de 2013

Ele há cada um

Com o ordenado mínimo nos 475€, o aumento do custo de vida em geral (mais agora com o novo ano a começar), greves constantes condicionando o funcionamento regular da sociedade e originando faltas e atrasos nos empregos, a riqueza do país na mão de uns quantos, uma classe política que legisla para se proteger a si própria, é difícil para o comum português manter uma vida estável e organizada.
Ter mais que um ou dois filhos na conjuntura actual, é um acto de coragem.

Votei a favor do aborto das duas vezes que fomos chamados a dar a nossa opinião. Votei a favor porque me revolta que nesta realidade patriarcal e temente a uma cúria cada vez mais obesa se apoderem dos direitos e decisões sobre o corpo e vida da mulher. Nenhuma das pessoas que vote contra o aborto se vai oferecer para pagar a alimentação ou educação dos filhos de quem não tem capacidade para isso.
É claro que sou a favor da vida, não sei se algum dia teria coragem para fazer um aborto mas sinto-me mais segura numa sociedade onde temos escolhas.

Quer parecer-me que D. Duarte está tão desfasado da realidade que ache que qualquer mulher faz um aborto com gosto. E logo no nosso país, com tantas ajudas e incentivos à natalidade.
O maior desespero de uma mãe deve mesmo ser o de não poder alimentar um filho, é de uma crueldade intolerável votar uma mulher a uma situação dessas.
Sinceramente, e eu que achava que era só  Mário Soares que estava a ficar senil.

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