29 de março de 2016

Num mundo à parte


Imagem tirada da net

Andamos todos tão ligados (ou tão desligados).
Aqui por Benfica, por onde passo todos os dias (e de que posso falar), não é só a população mais velha (que chega à beira de estrada com uma atitude muito própria da idade), é a população nova  também, que se  atravessa na estrada sem olhar sequer.  Porque vão a falar ao telefone envolvidos na conversa, ou porque não podem tirar os olhos do ecran.  É assustador.  Queremos tanto estar ligados que desligamos completamente da realidade.

Na passadeira (e fora dela também) o peão tem sempre prioridade, mas a passadeira não é um livre acesso que protege em caso de embate. O peão pode ter toda a razão, mas depois de levar com um carro em cima, de que lhe serve a razão? Haverá dinheiro suficiente que compense ficar numa cadeira de rodas? Haverá dinheiro que compense a perda de um ente querido?  E haverá condutor que queira mesmo atropelar alguém?

Umas vezes sou condutora e outras sou peão. Não me atrevo a atravessar sem ter a certeza que o condutor me viu. Os carros são máquinas mas os condutores não são, errar é da qualidade humana e são as pessoas que controlam (ou não controlam) os carros. Ninguém é infalível.
Parece-me que pedir aos peões que olhem antes de atravessar não é pedir muito. Atravessar sem olhar por vezes nem dá tempo ao condutor para travar.

Estes sinais de trânsito que apareceram na Suécia parecem um exagero, mas o ser humano é assim, vive no seu mundo, quando não é o telemóvel, é a vida, o trabalho, os filhos, as contas para pagar... Andamos todos tão desligados.
Por favor, olhem para a estrada, façam uma pausa e olhem antes de atravessar. E alertem os miúdos também. 
Quando era pequenina a canção dizia "olha à esquerda até ao meio da rua, depois à direita..."

1 comentário:

  1. Estamos todos ligados na mesma bolha da vida, mas infelizmente o que importa anda desligado. Infelizmente. Um beijinho.

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