17 de agosto de 2014

A primeira semana

Entrar de férias a partir da segunda semana de Agosto faz-nos sentir como se não pertencesse-mos ao mundo dos mortais. Os supermercados estão cheios de "regresso às aulas", a roupa nas lojas é já toda em tons de castanhos, bordeauxs e azuis escuros, olho em volta e não vejo nada leve, esvoaçante e colorido, não vejo chinelos nem bóias nem chapéus de sol, nada que me faça sentir aquela leveza de estar finalmente no Verão, de férias. Até o sol se recolhe mais cedo, a cor do entardecer traz já o seu tom dourado a anunciar a estação que se segue.

Bem lá no fundo, não fujo à regra, a primeira semana foi passada a tratar da casa. Acho que vou morrer enterrada em caixas, caixotes, pilhas de livros e sacos de roupas que já não servem. 
O terraço do vizinho de cima já foi arranjado, os tectos cá de casa retomaram a sua cor original (mas não por artes mágicas), todo o escuro da humidade se foi e agora é só mais um bocadinho de coragem para terminar a epopeia, mudámos o puto para um quarto maior. Tínhamos (e temos) um quarto extra que (à falta de ocupante) destinámos a ser o escritório, era maior que o quarto do G e como tinha um isolamento melhor, trocámos. 
Conseguimos realmente enfiar o Rossio na Betesga, não foi fácil, mas ver o piolho com um quarto espaçoso fez-me sentir vitoriosa e recompensou-me o esforço.
A Mia (a gata) acha que o quarto é dela (afinal era a única que não tinha quarto...), ocupou-o desde o primeiro momento. Rebola-se no chão, rebola-se no tapete e dorme profundas sestas. Noutras alturas encontro-a à janela, absorta, a ver o mundo por uma nova perspectiva. E ali fica. Sempre que a vou tirar de lá, regressa à primeira oportunidade. O G não se importa de partilhar. Vamos ver no que isto dá.

Restam duas semanas, muita coisa para arrumar ou simplesmente dar destino. A casa no seu todo parece... uma zona de guerra. O meu filho gosta de espalhar os seus jogos, livros e brinquedos por onde passa. Estamos em pleno processo de a aprendizagem do conceito de arrumação. Quando lhe peço ajuda para arrumar a mesa da sala (cheia de brinquedos dele) ele responde "Mas ó mãe, isto fica tão bem aqui!" 
(suspiro) Vai ser longo!


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