2 de setembro de 2011

560 e meio



Aqui há uns tempos largos recebi um e-mail sobre o movimento 560. Toda nacionalista e cheia de vontade de ajudar o país a andar para a frente, achei fantástico e tratei de o reencaminhar para todos os meus contactos para que todos pudéssemos fazer mais depressa algo pelo país e pela economia nacional.
Em Julho recebi um e-mail a alertar para o facto de alguns produtos usarem o códigos de barras que começam por 560 mas não serem produtos nacionais e sim importados. O e-mail em questão falava de um cesto de figos secos e amendoas à venda no Algarve (terra de figueiras e amendoeiras) e cuja etiqueta explica que a fabrica de Torres Vedras importa os figos secos a granel da Turquia e as amendoas descascadas dos Estados Unidos e que depois embala tudo muito bem (desconhecendo-se a origem do cesto e a do celofane) e põe o produto à venda no Algarve (não sei se noutros sítios) como produto nacional.
Confesso que me deparei com uma situação há cerca de 2 semanas e que vai dar ao mesmo.
Os rolos de plástico autocolante à venda no Continente.
Não admira que as grandes cadeias tenham apoiado de imediato este movimento (o 560), eles compram, codificam e nós compramos.
Não estamos a ajudar a producção nacional, estamos a ajudar a importação dos hipermercados. E quem diz cesto de figos ou plástico autocolante, diz outra coisa qualquer.
É claro que se Portugal não produzir o papel, e houver á venda mas fabricado noutro sitio qualquer e se eu preciso, compro-o na mesma. Agora não gosto é de escolher determinada coisa ou marca a pensar que estou a ajudar e depois estou precisamente a fazer o contrário. Não é justo e não está correcto.
E assim vai a nossa economia.

3 comentários:

  1. Ora, estando obviamente implícita esta minha resposta e ainda mais implícita a dimensão da mesma, e não tendo nada contra o movimento 560 (podias apenas ter posto um exemplo da Jerónimo Martins e não dessa grandiosa companhia que é a Sociedade Nacional de Estratificados :) ), já pensaste que também existem exemplos ao contrário. Por exemplo, Quando vais comprar um carrinho alemão, com uma solidez germânica de construção, e dou apenas 3 exemplos: o EOS, o Sccirocco (que suponho que a minha cara amiga erudita saiba que é o nome de um vento ;) ) e claro a Sharan, não virão estes carros (se o tivessem) com um EAN Alemão? Um VW é naturalmente sinal de qualidade e solidez. Mas estes carros são construidos em Palmela. Não são montados, são construidos, literalmente made in Portugal, mas não têm o 560...

    Mais uma vez fica implícito o pouco nexo que esta resposta tem. Estou a ver ao mesmo tempo "O Amor Acontece", e a ideia de ver Hugh Grant a fazer de 1º ministro, faz de Sócrates e Passos Coelho autênticos Churchills. Além de muitas outras coisas que dariam mais umas quantas linhas. Mas não temos tempo... :)

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  2. Nunca me tinha ocorrido pensar que um dia entro no supermercado e compro um carro passando o código de barras na caixa... mesmo com todas as partes vindo cada uma de cada país. E com o andar da carruagem, logo logo deixamos de ter é qualquer tipo de industria. E depois, só te fica bem defender a entidade patronal. Só por causa disso já merecias um aumento.

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