25 de julho de 2016

O campo tem destas coisas, ou, o que nos tira o sono

Com as férias ainda a alguma semanas de distância, vamos enganando o cansaço com as idas, todos os fins de semana, ao Alentejo.

Tirando aquelas noites abrasadoras, temos conseguido dormir melhor lá (no campo alentejano) do que cá (na grande cidade). Talvez pela sugestão do descanso.

Todas as manhãs antes das 7 da manhã, o pastor passa (não muito longe de nossa casa) pelo caminho de terra batida, e o chocalhar do rebanho não incomoda, faz parte dos sons frescos da manhã, tal como os passarinhos e ainda alguns grilos.
Mas ontem, perdeu-se uma ovelha, às vezes acontece, alguma que vai mais distraída a pensar na sua vidinha e acaba tresmalhada por algum tempo. E perdeu-se por ali, relativamente perto da casa. Durante uma meia hora que me pareceu infindável, a coitada, assustada, baliu.  E baliu  como se não houvesse amanhã. Ao longe outra ovelha respondia-lhe e, durante quase 30 minutos, o diálogo manteve-se, tão alto quanto as cordas vogais lhes permitiram.
Para ajudar, um galo, suficientemente perto para chatear, teimava em meter-se na conversa.
Eu, de janela aberta por causa do calor, já não preguei olho.

A semana passada foi uma cobra que depois do jantar nos entrou dentro de casa. A correria e a confusão eram tantas. Luzes acesas, portas escancaradas, e o bicho, talvez mais por susto do que por vontade, lá entrou casa a dentro, direitinha ao nosso quarto. Por sorte vimo-la  senão ainda lá estava, atrás do roupeiro. Tirá-la de lá foi uma aventura, foi mais uma que valeu pela excitação dos miúdos. E lá foram eles todos atrás do avô que conseguiu agarrar a cobra pelo rabo e levá-la pendurada para longe da casa.
Adormecer nessa noite foi mais complicado.

O campo tem destas coisas. E não as trocávamos por nada.

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