28 de outubro de 2013

Dias nossos



O começo e o fim do dia.
Quando em casa a dar em doida, fotografo as nuvens... a chuva, as flores da varanda, os bonecos do piolho, sei lá. Basicamente qualquer coisa que me dê um pequeno momento de fuga.
A gripe finalmente abrandou, a tosse também e amanhã já voltaremos à vida normal. O que me custa é não sair de casa, é não falar com gente cujas conversas evoluam para além do Jake e os Piratas, do Harry o monstro feliz, da Doutora Brinquedos, do Urso Oso...
Aproveito e adianto algumas tarefas domésticas. Ganho muitos beijinhos e abraços que retribuo em dobro ou triplo. Amanso o bichinho no momento do banho e cantamos, cantamos muito com os Little Einsteins. Respondemos às dúvidas dos desenhos animados e por momentos esqueço-me da idade, do trabalho, da vida e somos os dois pequeninos. Deito-me no sofá para descansar da risota e ele atira-se para cima de mim, nunca está a menos de um ou dois metros de distância.
Comemos melancia e queques de chocolate.
Quer todos os brinquedos que anunciam nos intervalos, digo-lhe que que não tenho dinheiro para tanto e ele diz que não sou eu, é o Pai Natal! 
Vibra com as apresentações da semana do Halloween e pergunta constantemente as horas, sabe a programação de cor.
Diz-me que sou a melhor mãe mundo, que sou a mamã gira e sempre que fala comigo chama-me mamã querida.
Eu interiorizo tudo, sei que nada me tirará o que já é nosso mas por antecipação temo os dias em que isto terminará. 

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ideias caídas das nuvens